sábado, janeiro 20, 2007


Uma curiosa posição que o Instituto Universitário Justiça e Paz tomou em relação ao Fado-Canção de Coimbra.
Enviada por Joaquim Pinho.

Resumo da notícia enviada por Eduardo Aroso.

LUSA 20-01-2007 13:20:26

Ícone, poetisa portuguesa Fiama Brandão morre aos 69 anos

A intensidade de sua voz poética, o rigor e a depuração formal ficaram evidentes logo no segundo título de Fiama, "Barcas Novas", em que leitores mais atentos perceberam alusões à Guerra Colonial (das tropas portuguesas contra movimentos de libertação de antigas colônias africanas), embora sem registro panfletário fora da essencialidade poética.

"Uma das maiores depois de Fernando Pessoa"

Para o poeta, crítico e ensaísta luso Fernando Pinto do Amaral, Fiama Hasse Pais Brandão é "um dos maiores poetas depois de Fernando Pessoa", distinguindo-se por uma veia poética "muitíssimo singular".

Amaral acrescentou à Agência Lusa que a escritora "tinha um universo completamente dela", caracterizado por sua simplicidade, fundamental na poesia.

O crítico destacou a profunda ligação da poetisa com toda a natureza e sua "enorme fidelidade com relação a uma linguagem que era dela", o que torna sua obra uma "experiência muito inovadora".

"A sua forma de estar no mundo e sua relação com a natureza são suficientemente importantes para distingui-la no contexto poético português", concluiu.

Europa (A) de Leste ou "o eu" e "o outro" (10): mais uma vez na Bulgária ("sensibilidade e bom senso")





Três imagens de doutoramentos h.c. no Instituto Politécnico de Sófia


Obs.: O facto de a notícia estar em búlgaro (caracteres cirílicos) impede-me o fornecimento de dados sobre os doutorandos e as datas. Mas salientem-se as semelhanças, neste País, com imagens já patenteadas, relativas à National Sports Academy, bem como a especial colocação da estola.
Armando Luís de Carvalho HOMEM

Doutor Ruy de Albuquerque (1933-2007)


Na morte de um Grande Mestre de Ciências Histórico-Jurídicas

Na sequência de doença que os jornais costumam adjectivar como «prolongada», mas que no seu caso o não chegou a ser, morreu ontem à tarde o Doutor Ruy Manuel Côrte-Real de Albuquerque, eminente historiador do Direito, lente jubilado da FD/UL. Muito admirado na Escola homóloga da UC, o Doutor Ruy de Albuquerque participou, nos últimos cerca de 20 anos, em todos os júris de provas públicas e de concurso dos actuais lentes de do Grupo de Ciências Histórico-Jurídicas da Faculdade coimbrã. O Conselho Científico da FD/UC reuniu assim ontem mesmo às 21.00 h., tendo aprovado um voto de pesar e deliberado a representação da escola no funeral, amanhã pelas 14.30 h., dos Jerónimos para o Cemitério dos Prazeres.
O Mestre ora desaparecido era neto do Dr. Alexandre de Albuquerque, figura destacada da Academia Coimbrã em finais do séc. XIX (alguma atenção lhe foi aqui dedicada em «posts» do Dr. António M. M. Nunes e de mim próprio em Novembro último); filho do Doutor Mário Correia Teles de Araújo e Albuquerque (1898-1975), formado em Histórico-Geográficas (1921) e em Direito (1922) pela UC e ulterior lente de História da FL/UL; e irmão do Doutor Martim Eduardo Côrte-Real de Albuquerque, historiador do Direito e das Ideias Políticas, também lente jubilado da FD/UL. Entre os seus filhos, mais um lente da FD/UL (Direito Civil): o Doutor Pedro Côrte-Real de Albuquerque (dr. em 2003).
Proximamente voltarei com mais demora a esta figura notável que agora nos deixa.
Legenda da foto: Vaticano, 2003 - Ruy de Albuquerque entrega a João Paulo II a medalha de ouro, símbolo do Prémio Pro Iustitia, atribuído ao Sumo Pontífice pela Fundação Direito e Justiça, Instituição ligada à Fac. Direito / UL; ao fundo, ao centro, um lente de Ciências ao tempo Vice-Reitor da UL.
Fontes: os Doutores António Pedro Barbas-Homem e Eduardo Vera-Cruz Pinto, lentes da FD/UL, sendo o segundo Vice-Presidente do CD; veja-se também: www.fd.ul.pt/; www.barvelho.blogspot.com/.
Armando Luís de Carvalho HOMEM

Seis Minuetos de Vidigal
Folha de rosto da obra setecentista do guitarrista Vidigal "Seis Minuettes para Guitarra e Baixo compostos por Manuel Joze Vidigal", Lisboa, Real Fabrica da Muzica, 1796 (fundos da Biblioteca Nacional, cota C. I. C. 29P, digitalizados no site http://purl.pt/) cuja notação modernizada foi iniciada por Octávio Sérgio.
AMNunes

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Assim vai o desporto, mais concretamente o futebol. Os mais velhos lembram-se como, aos poucos, os cafés se foram transformando em dependências bancárias? Em Viseu foi assim! É o poder do dinheiro!
Diário de Coimbra de hoje, com texto de Ricardo Sousa.




José Maria Oliveira enviou um e-mail com esta preciosidade:

SEGUEM DUAS CARICATURAS E OS RESPECTIVOS TEXTOS, DO LIVRO DE CURSO DE MEDICINA DE 1959 COM DOIS DOS MAIORES NOMES DA CANÇÃO COIMBRÃ: OS DRS. JOÃO BARROS MADEIRA E JORGE TUNA.
QUE AO QUE ME É DADO SABER SEMPRE FORAM E SÃO GRANDES AMIGOS E "UNHA COM CARNE" OU MELHOR "VOZ COM BORDÃO"!
ESTE "MATERIAL" FOI "SCANEADO" DO LIVRO DE CURSO QUE O MEU AMIGO JOÃO BARROS MADEIRA ME EMPRESTOU.
É MAIS UM PEQUENO "QUANTA" PARA A HISTÓRIA DA "GUITARRA DE COIMBRA".
COM UM ABRAÇO DE AMIZADE

ZÉ MARIA

Seguiu-se depois esta caricatura, agora executada por José Maria Oliveira, de Barros Madeira vinte anos depois.

SEGUE ESTA CARICATURA QUE REMEXI, HÁ POUCO, NOS MEUS ARQUIVOS E PUBLICADA NO JORNAL "A VOZ DE LOULÉ" , TERRA ONDE O JOÃO, CREIO QUE DESDE SEMPRE, EXERCEU CLÍNICA, TIRANDO O PERÍODO EM QUE FOI DIRECTOR DO HOSPITAL DISTRITAL DE FARO...E ONDE CONTINUA A CANTAR COM A MESMA GARRA EM QUE CONTRACENAVA COM JORGE TUNA. TEM VINTE ANOS DE DIFERENÇA DA DO LIVRO DE CURSO.

No Reino do Sião...


Doutoramento h.c. de Ratan N. Tata (ao centro na imagem) pelo
Asian Institute of Technology, Tailândia (2004)
Comentário: Togas pretas, com 3 galões horizontais (entre o branco e o dourado) em cada manga; capelo partindo da base do pescoço para as costas. Visual de tipo norte-americano.
Armando Luís de Carvalho HOMEM



Traços de familiaridade...

Imagem da "toque" judicial francesa de uso oficial nas audiências ordinárias do Tribunal de Grande Instance: base cilindriforme em lã preta com guarnição de veludo; aplicação de duplo galão de prata na parte superior da base e no rebordo da copa. As diferenças entre este modelo e o adoptado pelos docentes das Universidade de Bucareste/Roménia parecem insignificantes (Blog, fotos de 15/01/2007).

Fonte: http://www.ca-pais.justice.fr/.

AMNunes

Traços de familiaridade...
Imagem da "toque" ou barrete redondo em uso nos tribunais belgas. Muito semelhante a modelos assinalados em França e Itália, apresenta base cilindriforme em veludo preto e copa redonda de rebordo saliente. O modelo de cerimónia é confeccionado em seda preta, levando galões de ouro conforme a dignidade profissional do portador.
Fonte: http://www.juridat.be/.
AMNunes

Traços e familiaridade...
Magistrado do Supremo Tribunal de Itália com "toge rouge", guarnecida de fartos setins nas bandas e canhões, gravata de renda e barrete redondo preto com um galão de ouro.

Traços de familiaridade...
Magistrado do Supremo Tribunal do Ruanda, com "toge" de figurino francês. Barrete cilindriforme, cuja origem medieval já foi assinada num retrato de Frederigo de Montefeltro, de ca. 1470 (Blog de 29/12/2006) e numa agravura alusiva à corrupção de um magistrado. Com pequenas variantes de copa e ornatos (galões, voltas, gomos, botão no centro da copa) ocorre nos tribunais e universidades francesas, tribunais belgas, Universidade de Pavia (base redonda e copa quadrangular) e Universidade de Bucareste/Roménia (base cilindriforme com um galão de prata. Vide Blog, fotos de 15/01/2007).


Traços de familiaridade...
Magistrado do Supremo Tribunal da Ucrania. Beca rouge de mangas largas e ombros franzidos, segundo um tipo de corte já antevisto noutras paragens. Medalha estrelada pendente de fita azul/amarela.
AMNunes

Traços de familiaridade...
Trajo de magistrado dos tribunais superiores da Rússia, com beca preta de corte muito singelo e mangas de canhões brancos. Completa o conjunto um colar com medalha pendente. O conjunto parece ser de feitura pós desmembramento da ex-URSS.

Traços de familiariadade...
Trajo de magistrado do Supremo Tribunal da Estónia, composto por beca preta talar, gravata branca plissada e epitógio azul com ornato bordado. Caso para perguntar: trajo antigo perdido e recuperado com adaptações, ou invenção recente inspirada na realidade francesa e belga?


Traços de familiaridade...
"Toge" de cerimónia de magistrado dos tribunais superiores franceses em noire/rouge, com cinta, epitógio, luvas, gravata e barrete preto de dois galões ouro. Modelo idêntico ao usado em alguns tribunais de antigas colónias francesas, bem como pelos Doutores em Direito.
AMNunes


Traços de familiaridade...
Beca de magistrada(o) do Supremo Tribunal da Eslovénia, num noire/rouge de mangas largas e peito em V, como que operar uma síntese entre elementos britânicos e franceses.
AMNunes

Traços de familiariadade...
Beca de magistrado do Supremo Tribunal da Arménia em roxo vinoso, ombros franzidos, mangas acanhoadas a setim, gravata plissada, sem sinais de chapéu. A aproximação à "toge" francesa parece evidente. Vejam-se também fotografias relativas aos meios universitários romenos, editadas por Armando Luís de Carvalho Homem no Blog em 15/01/2007.

AMNunes


Traços de familiaridade...
Trajo de Auditor de Justiça em França, composto por sotaina talar preta com abotoadura frontal, chamarra de mangões e bandas, cinta em seda azul, gravata plissada, luvas brancas (facultativo) e barrete cilindriforme com um galão de prata.
Este tipo de toga, usada pela generalidade dos magistrados franceses nas audiências ordinárias, não apresenta diferenças em relação ao trajo universitário (idêntico em todas as universidades francesas). Com pequenas transformações, ocorre nos tribunais superiores de antigas colónias francesas como o Haiti, Togo e Ruanda, parecendo inspirar a Estónia...
AMNunes

Traços de familiaridade...
Magistrado do Supremo Tribunal da Croácia. Everga beca preta talar de mangas largas e romeira de costuras debruadas a setim, laçarote preto de pontas e grande colar com medalha. Este tipo de beca aproxima-se de modelos já visualizados para os casos da Universidade de Perugia (Blog, fotos de 28/12/2006), Slovensky Univerzity/Eslováquia (Blog, 15/12/2006) e mais tenuemente da University of Schumen/Bulgária (Blog, 16/01/2007).
A Itália parece constituir uma espécie de paradigma inspirador para alguns dos Países de Leste, com passagem pela Polónia, dos quais não se chega a apurar se os trajos visualizados constituem o retomar de um património mais ancestral ou o fruto de recente invenção. Tal como acontece em França, Bélgica, Itália, Espanha, EUA e universidades portuguesas instituídas no século XX, o mundo universitário emite sinais de convergência vestimentária face ao mundo judiciário.

AMNunes

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Minuette I para Guitarra e Baixo de Manoel Joze Vidigal. Este minueto é o primeiro de uma série de 6 que Joaquim Pinho me enviou.
-/-
Caro Octávio Sérgio
Muito louvo esta sua iniciativa da transcrição e edição dos minuetos de Vidigal. Pediria ao Prof. Joaquim Pinho a amabilidade de contextualização mais circunstanciada do conteúdo deste caderno, de que existe digitalização integral on line no site da Biblioteca Nacional: "Tesouros da Música. Seis Minuettes para Guitarra [Ingleza] e Baixo compostos por Manuel Joze Vidigal", Lisboa, Real Fabrica da Muzica, 1796, cota C. I. C. 29P, http://purl.pt/369/1/ficha-obra-minuettes.html.
Manuel José Vidigal, músico profissional e executante de Guitarra Inglesa em Lisboa entre o último quartel do século XVIII e os inícios do século XIX terá sido um artista bem conhecido em Coimbra, tal como também o era o portuense António da Silva Leite.
Não andarei muito longe da verdade se escrever que o reportório salonístico praticado por Vidigal era o mais cobiçado, pese embora a popularização de melodias arruáveis como a "Cruel Saudade" (Cruel saudade de meus amores), cuja fama atravessou todo o século XIX. Músicos ilustrados como o lente José Maurício e estudantes anónimos conheceriam amostragens da obra de Vidigal, da mesma forma que tinham acesso ao reportório impresso de um Robert de Visée ou de um J. Ph. Rameau.
Outras peças do referido artista, possivelmente conhecidas em Coimbra, seriam as constantes do caderno manuscrito da Biblioteca Geral da UC "Varias Pessas para se tocar em Guitarra do Anno de 1808", onde consta a famigerada "Marcha dos Cavalinhos" (algumas delas já reconstituídas e gravadas por Pedro Caldeira Cabral).
Entre o século XVIII e os inícios do século XIX, a Guitarra Inglesa era conhecida e tocada em Coimbra, mas muito ligada à cultura de salão e a um reportório culto comum aos gostos das elites europeias: minuetos, marchas, gigas, rondós, cotilhões, contradanças, variações sobre música clássica e em contexto mais vincadamente luso-brasileiro as modinhas e lunduns.
Será preciso aguardarmos o Romantismo oitocentista para vermos a Guitarra Inglesa ganhar uma dimensão regional/etnográfica, acusando notória mudança de reportório e de clientelas: difunde-se o gosto pelos fados e danças folclóricas transformadas em rapsódias (todas as combinações eram possíveis, passando pela chula, vira, malhão, corridinho...). Ainda assim, a "regionalização" reportorial da Guitarra nunca afastou por completo o gosto votado ao uso de músicas de dimensão europeia como a Valsa, a Polca, a Mazurca ou a Escocesa. Aliás, à medida que o discurso identitário debruçado sobre as virtudes nacionalistas/regionalistas tendeu a endurecer, as incongruências tornaram-se evidentes: no caso de Coimbra, o abuso linguístico chegava ao ponto de rotular uma valsa, uma polca, uma marcha ou uma tango de "fado". O único critério de validação deste insólito argumento residia na estranha crença de que tudo o que fosse cantado ou tocado com acompanhamento de Guitarra só podia ser "fado". Deste equívoco podiam resultar frases do tipo "o fado que nós vamos cantar a seguir é o Vira de Coimbra" (sic).
AMNunes

O Coro dos Antigos Orfeonistas nas comemorações dos seus 25 anos no Casino da Figueira da Foz. Diário de Coimbra de hoje, com foto de Raúl Cardoso.


SEGUNDO REITORADO DE SEABRA SANTOS
O Doutor Fernando Seabra Santos foi eleito na 2ª feira, dia 15 de Janeiro, para um segundo mandato como Rector Magnificus, Cancelarius et Prelatus Universitatis Coninbrigensis.
Segue-se o relato colhido na comunicação social.
"SEABRA SANTOS REELEITO
REITOR QUER MAIS OFERTA EDUCATIVA
Por João Henriques

Fernando Seabra Santos foi ontem reeleito reitor da Universidade de Coimbra (UC), com 74,6 por cento dos votos, mantendo-se, durante mais quatro anos, no cargo para o qual já tinha sido escolhido em 2003. A reeleição do professor catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia acabou por ser facilitada pela ausência de outros candidatos.
No manifesto eleitoral, Fernando Seabra Santos – que só falaria à Imprensa ontem à noite, depois de apurados os resultados – declarava a intenção de continuar a reor-ganizar e alargar a oferta educativa, promovendo o combate ao insucesso escolar, além de pretender o reforço do lugar central das actividades de investigação científica e da componente da formação pós-graduada.O aumento da capacidade atractiva da UC, passando pela melhoria no apoio social aos estudantes, é outro dos objectivos assumidos pelo reitor, que pretende reforçar a aposta nas Ciências da Saúde e da Vida, concluir alguns projectos estruturantes ao nível das instalações e continuar a estratégia de abertura ao meio e de aproximação às empresas.Eleito em 2003 com o voto dos estudantes, Fernando Seabra Santos não manteve um relacionamento fácil com a comunidade estudantil. Os conflitos verificados em 2004, quando solicitou a intervenção da Polícia para evitar mais um boicote à fixação das propinas, foram apenas um dos muitos problemas que enfrentou.O Processo de Bolonha surgiu como outra das razões que explicam o aparente afastamento entre o reitor e os estudantes que, ao longo do anterior mandato de Seabra Santos, não pouparam nas acções contestatárias, em que se incluíram o fecho a cadeado da Porta Férrea e a invasão da sessão solene de abertura das aulas.Na declaração de candidatura, o reitor afirmou estarmos a viver “tempos de profundas transformações no sistema de Ensino Superior” e que os próximos quatro anos são “particularmente importantes neste contexto”. O desejo de viver este no-vo período de reformas em ambiente de “mudança tranquila” serviu de mote à candidatura de Fernando Seabra Santos.O reitor é eleito por escrutínio secreto pela Assembleia da Universidade, um colégio eleitoral que integra 50 por cento de docentes, 35 por cento de estudantes e 15 por cento de funcionários. Cada mandato tem a duração de quatro anos, não sendo admitida a terceira reeleição.
PERFIL
Fernando Seabra Santos é natural de Coimbra, onde nasceu em 1956. Filho de um casal de médicos, viveu a infância entre a Tocha e Coimbra, onde tirou o curso de Engenharia Civil, especializando-se em Hidráulica. Foi nadador federado e é praticante de mergulho. Viveu o 25 de Abril como estudante e foi um dos fundadores do grupo musical Brigada Victor Jara. Foi vice-reitor da Universidade de Coimbra nos dois mandatos de Fernando Rebelo, vindo a ocupar o cargo de reitor em 2003".
[foto e texto retirados do "Correio da Manhã" on line, edição de 16 de Janeiro de 2007, http://www.correiomanha.pt/, AMNunes]

José Henrique Rodrigues Dias

O Prof. Doutor José Henrique Dias passa, a partir da edição 8.401 d' O Despertar (8 de Setembro de 2006), a colaborar regularmente com o nosso semanário, assinando crónicas sob a epígrafe “A outra face do espelho”. Saudando, com natural orgulho, a sua chegada, aqui deixamos breves notas curriculares do novo colaborador.
Natural de Coimbra (1934), nasceu e viveu na velha Alta, tendo assistido à terrível demolição. Fez o liceu no D. João III, actual José Falcão. Conhecido como cantor da música coimbrã, com participação em gravações discográficas. Começou por frequentar o curso de Medicina, os dois primeiros anos em Coimbra, até ao quarto ano em Lisboa, curso que abandonou, desenvolvendo a partir de então actividades de criação literária e de encenação teatral, dedicando-se a partir de então ao ensino. Integrou em Coimbra a TAUC, o OAC e o CITAC. - De 1956 a 1969 exerceu actividade jornalística, sendo Redactor Principal do Notícias de Chaves, publicando várias séries de crónicas. De 1963 a 1976 leccionou no Ensino Secundário, tendo sido orientador de estágios pedagógicos.
- Licenciado em História pela Universidade de Coimbra, com Pré-Especialização em História do Absolutismo e Génese do Liberalismo. De 1978 a 1983 integra a Direcção Geral do Ensino Básico com funções inspectivas, no Gabinete de Português, sendo coordenador do Núcleo de Avaliação da Divisão de Acção Pedagógica.
- A partir de 1984 ingressa como assistente na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, iniciando a sua carreira docente no Ensino Superior.
-Mestre em História Cultural e Política pela Universidade Nova de Lisboa, com a classificação de Muito Bom. - Doutor em História e Teoria das Ideias, com a Especialidade de História das Ideias Sociais, com distinção e louvor, pela UNL.
- Professor Aposentado da Universidade Nova de Lisboa (2000), onde, entre outros cargos, foi supervisor de Estágios e Vice-Presidente do Conselho Pedagógico da FCSH. Colaboração nos jornais Diário Ilustrado, JL, Jornal de Artes e Letras, Jornal de Notícias, Diário de Coimbra.
- 2000-2004- Professor do Centro Europeu de Estudos Superiores de Comunicação Empresarial no Instituto Superior de Comunicação Empresarial, que pertence ao Grupo EFAP Internacional (Ècole Française des Attachés de Presse et des Professionels de la Communication), onde leccionava Teorias da Comunicação e Ideias e Ideologias, tendo sido Presidente do Conselho Pedagógico e do Conselho Científico.
-Professor do Instituto Superior Miguel Torga, onde preside ao Conselho Científico e integra o Conselho Executivo da Escola Superior de Altos Estudos, leccionando Técnicas de Comunicação do Curso de Informática de Gestão e Ética Fundamental no Curso de Serviço Social. Orienta dissertações de Mestrado em Família e Sistemas Sociais.
- Professor Convidado da ULBRA - Universidade Luterana do Brasil, onde leccionou em curso de Mestrado.
- Professor Convidado da Universidad de Extremadura, Espanha, tendo leccionado no Curso de Doutoramento em Cultura y Psicosociologia de la Comunicación.
- Investigador do Centro de História da Cultura da Universidade Nova de Lisboa, integra o Projecto de Pensamento Hispânico.
- Integrou o Plano Internacional Piedade Popular, em colaboração com o CNRS (Centre National pour la Recherche Scientifique) de Paris.
- Membro do Instituto Brasileiro de Estudos Sociais. - Agraciado com a Cruz de Mérito Humanitário pelo IBES (Brasil).
- É membro do Conselho de Redacção das revistas científicas CULTURA - História e Filosofia e Interacções, integrando de 2000 a 2004 o Conselho de Redacção da Revista de Comunicação e Marketing.
- Tem orientado trabalhos de fim de curso, teses de Mestrado e de Doutoramento, participando em júris como arguente.
- Da sua bibliografia destacam-se "José Ferreira Borges. Política e Economia", Edição do Instituto Nacional de Investigação Científica, 1988.
"O Rosto e o Espelho. A sociedade lisboeta e o teatro romântico 1838-1870)."Poliedro" sociocomunicativo", (tese de doutoramento). "A Carta Constitucional Prometida", ed. Rev. CULTURA, 1987. "Flutuações Ideológicas na Universidade...", ed. da Univ. de Coimbra,1991.
"Trajectória de um vintista anti-setembrista", ed. da Junta Distrital de Santarém, 1986. "O Sebastianismo e o Teatro, Congresso O Sebastianismo na Intra e na Exohistória", Fundação Calouste Gulbenkian, 1983.
"Trás-os-Montes - História e Identidade", ed. Revista Aquae Flaviae, nº 13, 1995. "A Maria da Fonte em Chaves", ed. Rev. Aquae Flaviae.nº 9, 1993.
"Mulheres no Movimento Operário nos Alvores da Primeira República", in As Faces de Eva, nº 3. Lisboa 2000. "Sociocomunicação de Valores no teatro Operário (1850-1870)", in Actas do Congresso Internacional de Comunicação.
UAL, 2001. "Marcas de sociocomunicação ideológica no teatro romântico português", in Revista de Comunicação e Marketing. ISCEM, 2002. "Inácio Pizarro, precursor do Drama de Actualidade", in Saberes do Tempo, livro de homenagem a Henriqueta Costa Campos, ed. Colibri, 2002. "Voando sobre um ninho de cultos". (Oração de Sapiência), ISMT, Coimbra, 2003, Publicada na Revista Interacções, nº 4, ed. Quarteto, 2003. "Da comunicação de valores na relação pedagógica", in Revista de Comunicação e Marketing, ISCEM, 2004.
"D. Sebastião e as Máscaras", in Revista Interacções, nº 7, ed. Quarteto, 2005.
"Luiz Goes - Trovador do tempo novo", in Arquivo Coimbrão.Vol. XXXVIII,Coimbra, 2005.
Do semanário O Despertar de 8 de Setembro de 2006.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

CAMPO SANTA CRUZ

Pronto até final de 2007
A Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC) vai assegurar o valor em falta para a conclusão das obras do Campo de Santa Cruz. Isso permitirá que o recinto desportivo abra ao público e à prática desportiva até ao final de 2007.
Ao todo, os actuais responsáveis disponibilizaram uma verba de 150 mil euros – o que corresponde a 30 por cento do valor previsto para a intervenção – de forma a que sejam instalados os dois campos sintéticos naquele recinto desportivo. O resto da verba será conseguido através do Estado, o qual já garantiu a aprovação do processo de candidatura entregue pela AAC. “Tudo está encaminhado e definido para reabrir até ao final do ano o Campo de Santa Cruz”, referiu o presidente Fernando Gonçalves.
O projecto, entregue no Instituto do Desporto de Portugal, compreende a instalação de dois relvados sintéticos da última geração. O mais pequeno (polivalente descoberto) será colocado na parte superior do campo e permitirá a prática do futsal, entre outras. O maior servirá para a realização de jogos e treinos de futebol, râguebi e basebol. Mas, como especificou ao DIÁRIO AS BEIRAS, “todas as valências previstas estão a ser estudadas e farão parte das condições do concurso público a ser lançado em breve”. “Colocaremos, de novo, o campo à disposição da cidade”, afirmou o dirigente estudantil.
Sobre a origem desta verba, Fernando Gonçalves remete as explicações para a conferência de Imprensa a realizar esta tarde (15H00) e onde será apresentado o Relatório e Contas da DG/AAC relativo ao ano de 2006. Um documento que, de acordo com Fernando Gonçalves, mostrará “uma situação estável, em termos financeiros, da associação”.

Jornal “As Beiras”, 16-01-2007
António Alves
Documento enviado por Fernando Paulo Ferreira, tendo saído no Diário as Beiras de hoje com pequenas alterações.

Imagens da Canção de Coimbra (8)
Que imagens e representações se urdem mais habitualmente sobre a CC? Diversidade de valores e coexistência de múltiplas células identitárias? De que forma a "dogmática definitória" impõe uma imagem monocultural sobre o todo e o múltiplo? Como lidar com uma CC que tendo sido Serenata de Cortejamento/Manifestação Cultural de Rua, também foi desde cedo prática de palco, convívio de assembleia e salão, entretenimento de idosos, celebração de cursos em despedida, espontâneo convívio em tascas e tabernas, cobiçado complemento de digressões artísticas de organismos académicos, descontraído e gastronómico encontro de amigos, longo ensaio de tira-teimas, momento de homenagem a importantes figuras, abertura de programas festivos, momento alto das récitas de despedida de cursos?
Folheto com a letra da "Última Ballada" cantada e acompanhada à guitarra pelo cantor-guitarrista Manuel dos Santos Melo da Cruz, no palco do Teatro Académico, num interlúdio da representação da Récita de Despedida dos Quintanistas de Direito de 08 de Maio de 1886.
AMNunes


Imagens da Canção de Coimbra (7)
Rosto cartonado e ilustrado do EP "Serenata de Coimbra. Coimbra Quintet 2", Philips 430 703 PE, de 1957, com texto promocional em inglês. O ilustrador socorreu-se de um cenário de Coimbra, no qual enxertou Luiz Goes e os instrumentistas António Portugal/Jorge Godinho (gg) e Manuel Pepe/Levy Baptista (vv). No campo ainda inexplorado da produção artística que serviu de invólucro à memória fonográfica da CC, esta "capa" revela algum potencial criativo, reforçado por estilização correcta dos signos. As séries fonográficas "Coimbra Quintet" experimentaram circulação à escala mundial.
AMNunes


Imagens da Canção de Coimbra (6)
Caricatura do estudante de Medicina e celebrado cultor da CC António Veiga Gomes, de alcunha Nani. O autor da caricatura não expõe nenhum signo que permita associar o retratado ao universo cultural a que habitualmente andava ligado. Apenas um microfone parece sugerir a sua participação em eventos ligados ao Emissor Regional. Não fora um verso perdido no meio da dedicatória e passaríamos ao lado desta caricatura sem pestanejar...
Embora nem sempre ocorra, os caricaturistas costumam explicitar nos desenhos signos que pertitem identificar os académicos mais directamente ligados ao universo da CC. NO que respeita às décadas de 1920-1930, cuja história está por fazer, os livros de caricaturas são uma preciosa fonte informativa, chegando a revelar nomes e rostos totalmente desconhecidos...
Impressão na brochura "Combatendo na Guerra e na Paz. Carro dos Quartanistas de Medicina. Queima das Fitas. 26 de Maio de 1945, Tipografia União, Coimbra, Maio de 1945, 2.000 exemplares.
AMNunes


Imagens da Canção de Coimbra (5)
A afirmação do turismo na década de 1960 promoveu o incremento das artes gráficas e de estratégias publicitárias destinadas a alimentar o consumo de produtos considerados "típicos", "regionais" ou "castiços". A CC em particular e os costumes académicos em geral não foram alheios à mercantilização de bens nesse período, sendo conhecidos prospectos bilingues e trilingues editados desde finais da década de 1950 que a convocam.
Com ilustração de Ferrans, este prospecto divulga a Queima das Fitas de 6-11 de Maio de 1966 em português, inglês, francês e alemão. A serenata de cortejamento figura em plano destacado, num conjunto com menções à Garraiada (a vinheta mostra-se incapaz de ilustrar o que efectivamente eram as garraiadas, propondo uma tourada solene), a Queima das Fitas, o Baile de Gala das Faculdades e os Festivais do Parque com apoteótico fogo de artifício.
AMNunes


Imagens da Canção de Coimbra (4)
Folha volante alusiva à Queima das Fitas de 15-20 de Maio de 1959, encabeçada por frase publicitária, programa impresso, e gravura de serenateiros com guitarra por Daniel Sanches (vencedor de alguns cartazes da Queima das Fitas). Impressão da Tipografia Lusitânia, Coimbra, 20 de Abril de 1959, 3.000 exemplares.
A CC está ligada aos saraus da Queima das Fitas pelo menos desde 1905 (Enterro do Grau), com projecções nos Festivais do Parque (década de 1940), Serenata Monumental (desde a década de 1940) e Récitas de Despedida (novamente o palco).
AMNunes

Imagens da Canção de Coimbra (3)
O estudante de Medicina Mário Abreu com guitarra. Caricatura impressa no folheto "A Banha de Cobra no Século XX. Queima das Fitas. Coimbra. Maio. 1954", edição da Tipografia da Coimbra Editora, Lda., Maio de 1954, 1.500 exemplares.
Agradecemos eventuais informes biográficos sobre Mário Abreu.
AMNunes

Imagens da Canção de Coimbra (2)
Folheto em papel azul claro, de publicidade à Gazcidla, onde aparece um estudante com Capa e Batina e Guitarra. A empresa aproveita a aproximação dos festejos da Queima das Fitas para rentabilizar símbolos caros ao imaginário conimbricense - de aprensão imediata -, operando uma analogia entre as chamas do Altar de Minerva e a qualidade do produto.
Impressão da Tipografia Rainha Santa, Coimbra, Abril de 1965, 1.000 exemplares.
AMNunes

Imagens da Canção de Coimbra (1)
Programa do Sarau de Gala da Queima das Fitas, realizado no Teatro Avenida em 24 de Maio de 1948, onde se mencionam dois momentos distintos de "Fados e Guitarradas" no acto de Variedades. Impressão na Tipografia Progresso, Coimbra, Maio de 1948, tiragem de 1.000 exemplares. Momento de afirmação da cultura de palco por excelência e de comunicação anual entre as formações académicas juvenis e o seu público, os espectáculos ditos de "Fados e Guitarradas" eram regularmente praticados em Coimbra desde a segunda metade do século XIX.
Apesar desta realidade constituir uma prática comum nos hábitos culturais da Sociedade Tradicional Académica, quando se tratava de "definir" o que fosse a CC, os próprios cultores ocultavam a sua dimensão de cultura de palco, optando por referir unicamente as serenatas de rua enquanto rituais de cortejamento.
Seria interessante intentar desvendar as razões que estiveram na origem destas sucessivas operações de ocultamento daquilo que era a multiplicidade de performances da CC. E na sequência destas indagações, valeria a pena sondar os motivos que conduziram os produtores de espectáculos de CC na antiga Emissora Nacional e RTP ao exaustivo uso da expressão "Serenata de Coimbra". Por essa época, os cultores brasileiros de serenatas já tinham resolvido satisfatoriamente este tipo de problema, com a distinção entre "serenatas" e "serestas".
Coimbra, com o impasse da "Serenata de Coimbra" na Emissora Nacional e RTP não configurou situação única de dificuldade na passagem de práticas culturais espontâneo-amadorísticas à fase da mercatilização do produto. Algo de muito semelhante ocorreu, pela mesma época, nas Ilhas do Pico e Faial (Açores) que que respeita à organização de grupos folclóricos. Na óptica dos directores e ensaiadores desses agrupamentos, deveria entender-se estritamente por "folclore" o reportório clássico das "folgas" (bailes campestres dados nas salas das casas rurais até finais da 2ª Guerra Mundial). Um tal entendimento restritivo conduziu a que as primeiras gerações de grupos folclóricos nunca tenham adoptado canções de trabalho, cânticos religiosos popularizados, canções e jogos infantis, folias do Divino Espírito Santo, romances velhos, cantares ao desafio, etc..
AMNunes

terça-feira, janeiro 16, 2007

Europa (A) de Leste ou "o eu" e "o outro" (9): ainda na Bulgária (I)

1.
Doutoramento h.c. de Luise Druke pela University of Shumen, 2003
Legenda:
1. Aspecto da mesa da presidência antes da chegada do Reitor. Em 1.º plano a Vice-Reitora. A pessoa que veste de vermelho é uma intérprete.
Armando Luís de Carvalho HOMEM

Convite para o lançamento do livro "Fados Nossos" de Alexandra Carita e Jorge Simão, no Museu do Fado.

Europa (A) de Leste ou "o eu" e "o outro" (9): ainda na Bulgária (II)

2.
3.
Doutoramento h.c. de Luise Druke pela University of Shumen, 2003

Legenda:
2./3. Mesa da presidência, já com o Reitor. Ao fundo, segurando o bastão de autoridade, o mestre-de-cerimónias.
Fonte: www.luisedruke.com/
Armando Luís de Carvalho HOMEM

Europa (A) de Leste ou "o eu" e "o outro" (9): ainda na Bulgária (III)

4.
5.
6.
7.

8.
9.
10.

Doutoramento h.c. de Luise Druke pela University of Shumen, 2003


Legenda:
4./5./6. Mesa da presidência.
7. A Vice-Reitora faz o elogio da doutoranda.
8. Aspecto da assistência; aparentemente não há mais lentes trajados, fora os da mesa.
9./10. O Reitor faz entrega do diploma e cumprimenta a nova dr.ª, que recebeu entretanto, e também, uma medalha pendente de fita azul-celeste.
Fonte: www.luisedruke.com/
Armando Luís de Carvalho HOMEM

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