domingo, março 25, 2007

José Eugénio
José Eugénio Dias Ferreira, nascido em Lisboa no ano de 1882, faleceu no dia 16 de Janeiro de 1953, sendo lente de Direito no Instituto de Ciências Económicas.
JEDF, licenciado em Direito pela UC, foi reprovado no segundo dia de provas de doutoramento, a 28 de Fevereiro de 1907, não devido a deficiências técnico-científicas de que padecesse a sua tese, antes a manifesto acto de abuso administrativo perpetrado pelo júri, que ultrapassando largamente os tradicionais excessos de linguagem e dureza das interpelações toleradas no "milieu", massacrou e humilhou o candidato.
Para espanto e escândalo da Academia, alguns dias antes da data marcada para os actos magnos (provas de arguição), já corria em modo de rumor que os arguentes pretendiam espremer o canditado. Este rumor fez correr à Sala dos Actos Grandes exagerado vulto de público.
Para os estudantes, "espremer" significava dar luta brava a um candidato a doutor, mas não chumbá-lo. Os dois dias de arguições foram marcados por interpelações exaltadas, frases acintosas, dichotes prepotentes e expressões de mal disfarçada impaciência, especialmente por parte do Doutor Álvaro Machado Vilela, gerando-se assim um ambiente muito tenso que não parecia deixar adivinhar bom desfecho.
Com efeito, a falta de respeito pela pessoa do doutorando e o clima de exaltada crispação não tardaram a confirmar os boatos. Três bolas pretas declararam o candidato reprovado por unanimidade.
A Academia levou José Eugénio em ombros, aclamou-o como herói e iniciou uma das mais importantes greves estudantis de todo o século XX.
Anos mais tarde, José Eugénio viria a defender a sua tese de doutoramento em Direito na sua Alma Mater e, devidamente aprovado e laureado, prestigiou o corpo docente do Instituto de Ciências Económicas/ISCEF.
AMNunes

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