quinta-feira, março 15, 2007

Capelo Bracarense (3)
Cónego com o respectivo capelo de botões, alamares e capuz dorsal, na cerimónia solene de inaguração das obras de restauro da Igreja de Lousado (Famalicão) presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa D. Manuel Gonçalves Cerejeira, no dia 23 de Abril de 1961 (cf. D. José da Cruz Policarpo, "Cardeal Cerejeira. Fotobiografia", Lisboa, Notícias Editorial, 2002, p. 110).
O autor da fotobiografia não identifica o orante, lacuna que pode dificultar a interpretação iconográfica. Em todo o caso, não se trata do modelo roxo da Sé Catedral de Coimbra, e julgamos que também não seja o da Sé Catedral de Braga (ver fotos 2 e 1). É possível que o Cardeal Cerejeira se tenha feito acompanhar nesta cerimónia por um cónego da Sé Patriarcal de Lisboa, pois o tipo de ornamentação peitoral do capelo parece ir ao encontro do capelo do falecido Cónego Doutor Isaías da Rosa Pereira (Sé de Lisboa, tom rosa).
O capelo canonical português, com a sua estrutura de capuz alongado, botõezinhos e alamares (não confundir com as murças de arminhos, também usadas pelos cónegos portugueses), constitui uma insígnia de triplo interesse, tanto mais que caíu em desuso após as recomendações simplificadoras formuladas pelo Papa Paulo VI em 1969, apenas de usando na Sé de Braga:
-enquanto insígnia eclesiástica portuguesa que é, distinta dos capelos canonicais conhecidos no resto do Ocidente cristão;
-enquanto modelo intermédio que foi entre o primitivo capelo da Alma Mater Studiorum Conimbrigensis e o figurino barroco definitivo consagrado no século XVIII;
-enquanto matriz inspiradora das insígnias doutorais institucionalizadas pela Universidade do Minho no após 1974.
AMNunes

relojes web gratis