sábado, novembro 11, 2006


Estudante com loba Posted by Picasa
Estudante salamantino das Escolas Maiores com loba talar e beca peitoral de pontas lançadas pelas costas. O trajo antigo, composto por Loba, Mantéu, Barrete e Beca, foi oficialmente abolido em 1834.
Fonte: Enrique Pérez Penedo, indicado na foto anterior.
AMNUnes


Doutor em Direito por Salamanca Posted by Picasa
Retrato a óleo de um Doutor em Direito pela Universidade de Salamanca, com assinatura do pintor Zurbarán (Século XVII). Trata-se de uma versão substancialmente diferente das reformas operadas em 1850, as quais optaram pela consagração da beca preta à advogado com mangas ornadas (costume usado nas mangas das batinas dos bispos).
A pintura mostra um lente em pose erecta, com loba talar encarnada, sem mangas. Sobre os ombros traja Capelo vermelho com botões e capuz posterior. Traz a cabeça adornada com barrete arredondado, preto, decorado com borla central e franjas pendentes.
Fonte: Enrique Pérez Penedo, "La evolución del traje escolar a lo largo de la história" (2004) [http://www.geocities.com/notintunas
/Ano2006/Lapacito/ponencia_lapacito.htm]
Outros sites:
-"Resumen y conclusiones del I Encuentro de Responsables de Protocolo"
[www.protocolouniversitario.ua.esp/]
-"Universidad de Salamanca. Cerimonial para la Investidura"
[www.usal.esp/gabinete/protocolo/Cerimonial.pdf]
-"Cerimonial para la Investidura de Doctores Honoris Causa " (Univ. de Alicante)
[www.protocolo.org/gest_web/prot_Seccion.pl?rflD=278&arefid=1735-43k]
-"Reglamento de honores y distinciones de la Universidad de Castilla-La Mancha (2005)
[www.uclm.esp/Normativa/pdf/Secretaria_general
/reglamentos/reglamento1.pdf]
-"Los Estudiantes Universitarios de Osuna"
[www.personal.us.es/alporu/historia/osuna_estudiantes.htm-24k]
-"Gabinete de Comunicatión" (Univ. Salamanca)
[www-usal.es/gabinete/comunicacion/index.jsp-27k]
-"Livro de Protocolo"
[www.protocolouniversitario.ua.es/4encuentro]
-Ritual y uso del Traje Académico", por Ana Martín Villegas, da Unv. de Zaragoza
[www.protocolouniversitario.ua.es/1encuentro]
-"Indumentaria Académica"
[es.wikipedia.org/wiki/Indumentaria_Academica-30k]
AMNunes

Museu Europeo degli Studenti (Bolonha)

Em 1994 surgiu na Alma Mater Studiorum de Bolonha a ideia de instalar um "Museu dos Estudantes e da cultura goliarda", projecto que veio a receber concretização com o título de "Museo Europeo degli Studenti", conforme anunciava em 2004 o site da referida instituição. A Universidade de Bolonha é membro do Grupo de Coimbra, sendo augurável que o Museu degli Studenti venha a encetar intercâmbio com o Museu Académico de Coimbra (fundado em 21/05/1951).
Fonte: informação divulgada no site da Alma Mater Studiorum Università di Bologna, «http://www.arciviostorico.unibo.it/museostud/default.asp»
AMNunes


Instituto de Física da UR Posted by Picasa
Instituto de Física da Universidade de Roma, de Guiseppe Pagano (1932-1935), visitado pelos técnicos portugueses que pensaram a nova Cidade Universitária de Coimbra.
Fonte: «http://www.arc1.uniroma1.it/saggio/Libri/Pagano/Pagina1.html»
AMNunes


Reitoria da Universidade de Roma Posted by Picasa
Praça de Minerva e Palácio da Reitoria da "Università degli Studi di Roma La Sapienza", da autoria do arquitecto Marcello Piacentini (1881-1960). Em guarda avançada vê-se gigantesca e guerreira Minerva de bronze, alinhada pelo eixo de simetria do colossal peristilo "in antis".
As obras públicas implementadas pelo regime de Mussolini na década de 1930, incluindo a Cidade Universitária de Roma, mereceram visitas de estudo, tomadas de fotografias, aquisição de bibliografia e encómios por parte de técnicos portugueses como Cottinelli Telmo.
O "classicismo monumental totalitário" conheceu dias de glória no período de entre guerras (com compreensível prolongamento em Portugal). Daí um certo "ar de família" entre este Palácio da Reitoria e obras portuguesas projectadas na Cidade Universitária de Coimbra, na Reitoria da Universidade de Lisboa (Arqt. Pardal Monteiro), em tribunais e até hospitais.
AMNunes

sexta-feira, novembro 10, 2006

Teatro da Trindade em Lisboa
11 de Novembro, às 21 e 30 horas
(entrada livre)

A música de Quatro Elementos na poesia de
Fernando Pessoa, Miguel Torga e António Arnaut
- "Lied" de Coimbra, um caminho entre caminhos.

José Santos Paulo: Tenor:
Álvaro Aroso: Guitarra Portuguesa:
Eduardo Aroso: Guitarra Clássica
José Carlos Teixeira: Baixo Acústico:

Convidados: Contralto: Joana Neto
Actor/declamador: Joaquim Basílio

Neste espectáculo o Grupo apresenta o CD «O MEU LUGAR»

No Teatro da Trindade em Lisboa, dia 11 de Novembro, às 21 e 30 horas, será apresentado pelo grupo Quatro Elementos um trabalho discográfico de música para canto, guitarra portuguesa, guitarra clássica e baixo acústico, num estilo a que alguém já chamou lied de Coimbra.

«E o que há a destacar, musicalmente, nestas canções? Em primeiro lugar, a perfeita adequação expressiva e formal da música aos poemas de António Arnaut, que na gravação encontra correspondência numa interpretação correcta e fluente por parte do cantor e dos instrumentistas. Em segundo, o verdadeiro papel concertante, solista, da guitarra portuguesa em relação ao canto(...) Em terceiro lugar, o recurso ao baixo acústico, libertando a viola de acompanhamento (ou guitarra clássica) para o papel de instrumento tenor»

Assim se pronuncia o professor de História da Música, do Conservatório de Música de Coimbra, Flávio Pinho, sobre os temas que constituem este CD, e os intérpretes e compositores de todos eles: José Santos Paulo (tenor); Álvaro Aroso (guitarra portuguesa); Eduardo Aroso (guitarra clássica/viola de acompanhamento) e José Carlos Teixeira (baixo acústico).

Este trabalho musical revela-se inovador também pela edição da partitura integral em simultâneo com a saída do disco.

Este espectáculo contará também com a presença da voz da contralto Joana Neto e do actor/declamador Joaquim Basílio.

E porque poesia, música ou qualquer outra arte, apelam a um desejável convívio entre poetas e músicos (neste caso), no ideal de estabelecer uma verdadeira amizade ou fraternidade universal, para além dos trechos do já referido CD, serão apresentados obras musicais dobre poemas de Fernando Pessoa e Miguel Torga.

Este evento cultural tem o patrocínio da delegação de Coimbra do INATEL.


Festas Joaninas em Famalicão, no ano de 1995 (?). Cantam José Miguel Baptista, possuidor desta foto, Nuno de Carvalho e Victor Nunes. José Paulo e Octávio Sérgio tocam guitarra e César Nogueira, viola. Posted by Picasa

Um recado para os bloggers anónimos
No momento em que em muitos blogues, particularmente em alguns com hostes político-coloridas, se recorre ao anonimato ou a plúrimos pseudónimos, quer de blogger's, quer de comentadores, que assim enchem alguns blogues e caixas de comentários de pseudo diferentes intervenções, com permanentes insultos, ofensas e injúrias, quiçá por algum problema psicótico que a passagem da adolescência para a idade adulta não conseguiu ultrapassar, e também para que sob essa capa hedionda não possam ser responsabilizados civil e criminalmente, o professor da Universidade de Navarra José Luís Orihuela, pioneiro na utilização de blogues como ferramenta de ensino e aprendizagem, que esteve nesta sexta-feira no Porto, apontou a credibilidade como um dos desafios mais importantes na blogosfera.«Uma parte da credibilidade do bloguer passa pela divulgação pública da sua identidade. Quando a identidade real se esconde ou se omite, o leitor não tem forma de saber que interesses movem o bloguer», disse.
Fonte: http://www..verbojuridico.net
AMNunes


Planta de Timgad Posted by Picasa
Planta ortogonal das ruinas romanas de Timgad, na actual Argélia. Conforme demonstra Nuno Rosmaninho Rolo, sem qualquer lugar a ambiguidades, foi um plano deste tipo que prevaleceu na obra da Cidade Universitária de Coimbra pensado como "modernização" da velha Acrópole. Nesse plano não faltam a enunciação do "decumanus" (eixo-maior, das Escadarias Monumentais à Praça D. Dinis e Praça da Porta Férrea) e do "cardus" (eixo-menor" (mormente Ruas de São João e São Pedro), quando a história do sítio e a topografia desaconselhavam este exercício impositivo da arquitectura monumental totalitária. Luís Cabral de Moncada, percepcionando o mais de romanidade e o menos de helenismo contido nesse projecto, chamou-lhe "acrópole pseudo-helénica".
Fonte documental: Nuno Rosmaninho Rolo, "O Poder da Arte", Coimbra, 2006, p. 78 e p. 264.
AMNunes

quinta-feira, novembro 09, 2006


Idalina Gomes Posted by Picasa
Como devem ter visto nas notícias, a missionária Idalina Neto Gomes, natural de Aguiar da Beira, de 30 anos de idade, assassinada em Tete (Moçambique), era antiga estudante de Coimbra. Tinha-se formado em Direito na Universidade de Coimbra. Fez parte da Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra onde participou activamente na Orquestra Típica e Rancho, um dos vários grupos que faz parte da Secção de Fado da AAC, segundo informa uma nota de pesar que está no placard de informação da Secção de Fado, no edifício da AAC. De acordo com os serviços noticiosos, o funeral terá lugar amanhã em Aguiar da Beira, 6ª feira, 9 de Novembro.
Rui Lopes


O Partenon Posted by Picasa
Edificado na época de Pericles, o Partenon, da invocação da deusa Palas Atena, demora assimilado ao Paço das Escolas ou "Templo da Sabedoria".
Fonte: reconstituição de André Caron e Gilles Chaillet, disponível no site http://www.maquettes-historiques.net/
AMNunes


Coruja de Atena Posted by Picasa
Dracma de prata da polis ateniense, cunhado no século V a.c., figurando Palas Atenas coroada com ramos de oliveira e a Coruja (vigilância, estudo, meditação espiritual, sabedoria). De acordo com António de Vasconcelos, o pássaro representado no selo da UC é o BÚAS (mocho) e não a GLÁUX (coruja).
Fonte: António Garcia Ribeiro de Vasconcelos, "O selo medieval da Universidade", Coimbra, Coimbra Editora, 1938.
AMNunes


Deusa Minerva Posted by Picasa
Estátua da romana Minerva, com capacete e coruja numa das mãos. Símbolo da Sabedoria, Minerva ocorre no selo oficial da UC (interpretação mais facilmente aceite pela opinião laica), e em estabelecimentos como o Instituto Politécnico de Zurique e a Escola Politécnica de São Paulo (Brasil, 1893). Na pena dos memorialistas satíricos, Minerva é frequentemente invocada, incarnando dualmente a terna Mãe espiritual (Alma Mater) e a cruenta Madrasta que repele os "filhos" (vide balada de Durval Moreririnhas, gravada por Barros Madeira). Situações há em que a Universidade é designada por "Tasco de Minerva", numa comparação entre os ramos de louro das tabernas e os festões dos actos de investidura doutoral. Memorialistas houve que designaram a aquisição do saber como o acto de "beber o leite nas tetas de Minerva". Outros referem a imposição de insígnias como o ir buscar "os louros de Minerva".
Entre a fachada lateral da Biblioteca Joanina e a Rua Guilherme Moreira existem, conforme alvitra em "post" Rui Lopes, as ESCADAS DE MINERVA, sobre cuja porta se ergue uma estátua de Minerva com data de 1724. Porém, não é a esta Minerva que Trindade Coelho se refere no "In Illo Tempore", mas sim a uma escultura existente numa das salas de aula dos Gerais, anichada sobre a cátedra onde o lente "Chaves" lia as lições. Daí a esperançosa "reza" do curso jurídico para que a esfera armilar do ceptro de Minerva se despenhasse sobre a cabeça do lente:
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Minerva, faz-nos a esmola,
Se o pai dos Deuses consente:
Deixa cair essa bola
Sobre a cabeça do lente!
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O que é bem sintomático em toda a discussão, ora mais laica, ora de pendor mais religioso e cristão, sobre a alegoria da UC, é a crescente perda da força que se regista na produção externa da Sapiência entre a Reforma Pombalina de 1772 e as intervenções do Estado Novo. Por força da letra dos "Estatutos Velhos", a Sapiência, fosse em estátua de vulto redondo, fosse em selo ou relevo, deveria figurar ostensivamente em todas os edifícios a construir com vista a albergar a UC. Nas obras de D. João V como que se começa a observar uma predominância do brasão régio (fachada principal da Biblioteca Joanina), tendência afirmada com Pombal (apenas 1 exemplar no frontão da Via Latina) e Oliveira Salazar (1 exemplar na calçada à portuguesa da Porta Férrea; 1 deusa no grupo do cunhal da Fac. de Medicina, por Leopoldo de Almeida*). Tamanha desvalorização do sentido da autonomia da UC, face às investidas do Estado, só viria a sofrer uma inversão na fachada exterior do novo Auditório da Faculdade de Direito (Fernando Távora/Bernardo Távora, 2001).
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*No esboceto de 1952 para o referido grupo escultórico alusivo à Medicina (Fisiologia/Terapêutica/Bacteriologia/Patologia/Anatomia), Leopoldo de Almeida colocava-lhe ostensivamente no meio uma Palas Atena baseada no escultura de Fídias ("naos" do Partenon), numa pose guerreira, com lança e escudo alçado. Na versão final, concluída por 1955, não se reconhece Atena (perdeu o capacete à Fídias e o escudo alçado). Na obra de referência que temos vindo a seguir, Nuno Rosmaninho Rolo defende argutamente que o tema nuclear das artes plásticas da Cidade Universitária radica na figuração dispersa do SABER, que não da rentabilização do conceito de autonomia (corporativa) potenciado pela obrigação de engastar a SAPIÊNCIA nos novos edifícios (acrescento eu). Esta solução, significativa do colaboracionismo entre UC e Estado Novo, vazada no predicado mais Estado e menos Autonomia, afigura-se-nos estranha (ou talvez não), quando se sabe que um dos conselheiros das obras de arte para a Cidade Universitária foi o lente da casa e historiador Manuel Lopes de Almeida (bom conhecedor da matéria pois publicara com Mário Brandão uma "história" da UC). Para mais informações, vide Nuno Rosmaninho Rolo, O Poder da Arte. O Estado Novo e a Cidade Universitária de Coimbra, Coimbra, Imprensa da UC, 2006, pp. 277-283.
AMNunes


Deusa Atena (4) Posted by Picasa
Tentativa de reconstituição da estátua de Palas Atena criselefantina, da autoria de Fídias, assente no Partenon na época de Péricles. Vale a pena comparar esta reconstituição do trabalho de Fídias com a agressiva Minerva que Leopoldo de Almeida esculpiu para o cunhal da nova Faculdade de Medicina.
Fonte: a "Athena de Nashville" foi um projecto desenvolvido por estudiosos entre 1982-1990, divulgado no site http://www.nasheville.org/parthenon/Athena.htm
AMNunes


Deusa Atena (3) Posted by Picasa
Estátua de Atena existente no Museu do Louvre.
AMNunes


Deusa Atena (2) Posted by Picasa
Afinal, que figura está representada no antigo selo da UC? A helénica Palas Atena, sentada, com livros e coruja? A romana Minerva, sentada na cátedra, rodeada de livros e coruja? Ou a Sapiência judaico-cristã, sentada no trono, com coroa, ceptro, livros e coruja, qual rainha medieval? Para António de Vasconcelos não restavam dúvidas quanto a ser a Sapiência.
AMNunes


Deusa Atena (1) Posted by Picasa
Estátua da deusa Atena existente no Museu do Pireu, em Atenas. No capacete pode ver-se o mocho da sabedoria, elemento presente no selo oficial da UC.
AMNunes


Propileus Posted by Picasa
Escadaria e pórtico solene de entrada para a Acrópole. O Propileus do período clássico faz lembrar os comedidos lanços das antigas Escadas do Liceu, demolidas à entrada da década de 1940 para acolher a faraónica escadaria Monumental desenhada pelo arquitecto José Cotinelli Telmo.
Fonte: André Caron e Gilles Caillet, site http://www.maquetes-historiques.net/
AMNunes


Acrópole de Atenas Posted by Picasa
Ensaio de reconstituição da Acrópole de Atenas referente ao período de Péricles, no século V a.c.. Em manifesta imbricação, o promontório conimbricense sobranceiro ao Mondego costuma ser designado por "Colina Sagrada" e "Acrópole".
Fonte: pesquisa e idealização do canadiano André CARON, auxiliado na parte artística por Gilles CHAILLET, disponível no site http://www.maquetes-historiques.net/
AMNunes


1º Grupo de Fados no Japão. Na TV de Osaka, em Agosto de 1970, vemos Victor Nunes com a viola de Durval Moreirinhas, com este a seu lado; António Andias e Eduardo Melo nas guitarras. Espólio de José Miguel Baptista.


Jorge Tuna, Durval Moreirinhas e o Orfeon Académico de Coimbra distinguidos com o prémio Amália Rodrigues. Diário de Coimbra de ontem. Posted by Picasa

quarta-feira, novembro 08, 2006


Cardeal Cerejeira Posted by Picasa
Retrato do futuro Cardeal Doutor D. Manuel Gonçalves Cerejeira (Famalicão, 29/11/1888; Lisboa, 01/08/1977), estudante com a pasta de quintanista em Teologia no ano de 1912. Cerejeira, certamente parente do poeta Manuel Dias Gonçalves Cerejeira, estudou no Seminário-Liceu de Guimarães (1899-1904), Liceu Alexandre Herculano do Porto (1905) e Seminário Conciliar de Braga (1906-1909).
Em finais de 1909 matriculou-se na Faculdade de Teologia da UC, curso que viria a terminar em 1912 (estando já extinta a dita instituição). Em 1911 frequentou cadeiras de Direito e no ano de 1912 iniciou História na jovem Faculdade de Letras, onde foi aluno de António de Oliveira Guimarães, Aristides de Amorim Girão, Ferrand Pimentel de Almeida, Providência e Costa, António de Vasconcelos e Carolina Micaellis. Terminado curso, foi nomeado assistente da Faculdade de Letras (História Medieval), por Decreto de 11/11/1916. Em 30/01/1918 defendeu o seu doutoramento em Ciências Históricas e Geográficas com uma tese sobre "O Renascimento em Portugal. Clenardo".
Militante católico, D. Manuel Gonçalves Cerejeira abandonou a docência na UC em 1929, passando a desempenhar funções de Cardeal Patriarca de Lisboa. Na sua juventude académica dedicou-se ao jornalismo de combate cristão, sendo autor de artigos dispersos no jornal do CADC, o "Imparcial".
De MGC não se conhecem ligações ao universo da CC. Possuindo ilustração musical e sólida formação estética, MGC não emitiu publicamente opinião que nos permita formular juízo crítico sobre o que pensaria da CC. Tendo estudado em Coimbra num tempo em que a CC era considerada uma espécie de fado regionalizado que se concretizava atrás de serenatas espontâneas e saraus estudantis (1909-1916), é possível que MGC olhasse a CC como "um mal inevitável" que contribuía para a formação da personalidade dos estudantes, ou como um "cancro" social com alguns requintes de superioridade cultural em relação às práticas "bas fond" lisboetas. Mas isto são conjecturas, pese embora baseadas no pensamento dominante na época. O conservadorismo religioso e político de MGC não deve ser utilizado para substimar a largueza de horizontes que o fazia aceitar os modernismos artísticos da primeira metade do século XX, mesmo depois de o Papa Pio XI ter esgrimido em 1932 contra a arte moderna. Contrariando as visões mais tradicionalistas que na década de 1930 arremetiam contra o modernismo/vanguardismo na arte e na arquitectura, MGC defendeu o projecto da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, assinado pelo arquitecto Porfírio Pardal Monteiro em Lisboa (1934-1938).
Vejamos um episódio: pelo Decreto de 22/04/1967 a Faculdade de Filosofia de Braga foi integrada na nascente Universidade Católica Portuguesa. Seguiu-se, em Braga, uma cerimónia solene que contou com a presença de altas individualidades, entre as quais figurava MGC. Manuel Branquinho foi convidado a actuar nessa cerimónia, estando "Samaritana" interdita na Emissora Nacional e na Rádio Renascença. Uma das peças interpretadas por Branquinho foi precisamente "Samaritana". No fim da actuação, temendo incorrer em desagrado, Manuel Branquinho abeirou-se de MGC, perguntou se "Sua Eminência" tinha apreciado o espectáculo e tentou forjar uma desculpa esfarrapada para o facto de ter cantado "Samaritana". Muito placidamente, MGC respondeu a Manuel Branquinho com esta frase lapidar: "Toda a arte é emanação da Divina Providência".
Fonte: fotografia editada em Padre Moreira das Neves, "O Cardeal Cerejeira Patriarca de Lisboa", Lisboa, Edições Pro Domo, 1948, p. 163.
AMNunes


O poeta Gonçalves Cerejeira Posted by Picasa
Em recente envio de documentos relativos aos estudantes de Medicina António Rodrigues de Oliveira e António Egas Moniz, o Dr. Afonso de Oliveira Sousa questionava se o poeta Gonçalves Cerejeira, autor do texto da récita dos quintanistas de 1898 ("Os Boémios"), seria o Cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira.
Na realidade são alunos distintos. O primeiro estudou na Faculdade de Direito da UC na década de 1890, colega que foi do guitarrista Manuel Mansilha e do Dr. Augusto Vilela Passos. O segundo estudou Teologia e História na crepuscular Faculdade de Teologia e na nova Faculdade de Letras, na passagem da primeira para a segunda década do século XX.
A fotografia que se apresenta veio publicada na revista BRANCO E NEGRO, 1º trimestre de 1898, p. 343, em cujas páginas constam retratos de estudantes como Manuel Mansilha, Alexandre Braga e Augusto Granjo.
Manuel Dias Gonçalves Cerejeira era natural de Vila Nova de Famalicão. Fez os estudos secundários no Liceu de Braga, onde ajudou a fundar uma associação de estudantes, no rescaldo dos acontecimentos do 31 de Janeiro. Homem de convicções republicanas e antijesuíticas, Gonçalves Cerejeira colaborou assiduamente em jornais estudantis bracarenses como A PÁTRIA, O CANTO ACADÉMICO e A ALMA NOVA (periódico antijesuítico, de que foi redactor). Radicado em Coimbra, dedicou-se ao jornalismo, à poesia e à crítica literária.
Coligiu, dos anos da juventude, "Canções Vermelhas", obra poética de veia decadentista que não chegou a editar. Publicou o poema lírico "Cinzas" e fundou o periódico literário CENÁCULO (1894-1895)*. Nos inícios de 1898 assinou o texto da récita de curso "Os Boémios", fez versos postos em música por Manuel Mansilha e preparava para edição "Alma Rebelde" e um livro de contos. Em Coimbra integrou a comissão académica que homenageou o republicano José Falcão e ajudou a editar uma versão popular da "Cartilha do Povo", colaborando ainda na publicação "Portugal". Durante os anos de Coimbra, Cerejeira escreveu no jornal "O Porvir" que se editava em Famalicão.
Gonçalves Cerejeira conviveu com os grandes vultos da CC do seu tempo, com destaque para o divo da guitarra Manuel Mansilha. De parceria com Mansilha (música), escreveu as coplas da "Serenata-Balada da Despedida do 5º Ano Teológico-Jurídico de 1897-1898" (Corações novos, almas em flor), editada no primeiro trimestre de 1898 pela Typographia e Litographya Minerva Central.
Agradecimentos: a fotocópia da citada página do "Branco e Negro" foi-nos enviada em 19/07/2001 pelo Dr. Manuel Mansilha. No meio dos documentos, quase todos relativos ao guitarrista Manuel Mansilha, vinha uma fotografia do "Curso do 5º Anno [Direito e Theologia] de 1897-1897", realizada por José Maria dos Santos. A fotocópia padece de manifesta falta de nitidez, embora nos pareça ver Gonçalves Cerejeira no meio do curso. Em havendo possibilidade, tentaremos esmiuçar esta fotografia com Alexandre Ramires.
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*Cf. Manuel Carvalho Prata, "Imprensa Estudantil", Volume I, Coimbra, Imprensa da UC, 2006, pp. 93-95.
AMNunes


Orfeon Arroyo (1881) Posted by Picasa
Fotografia da Sociedade Choral do Orpheon Académico, ou Orfeon de João Marcelino Arroyo, estreado nos palcos do Teatro Académico em 29 de Outubro de 1880, com actividade documentada até Maio de 1881. A melhor descrição deste Orpheon continua a ser o texto assinado por Trindade Coelho no "In Illo Tempore".
Cliché da autoria do fotógrafo francês J. David que em Março de 1881 se deslocou propositadamente a Coimbra para fotografar alunos, lentes, funcionários, a comissão de festas do Tricentnário de Camões e o Orpheon (cf. notícia de "O Tribuno Popular", de 19 de Março de 1881, revelada por Alexandre Ramires no catálogo Passado ao Epelho, Coimbra, 2006, p. 56).
As fotografias referidas constam de um álbum da BGUC que foi pertença do Dr. Octaviano do Carmo e Sá, trabalhado por António Manuel Nunes (1989-1990, estudo do Hábito Talar, com notícia in A Alma Mater Conimbrigencis na fotografia antiga, Coimbra, GAAC, 1990), por Alexandre Ramires numa exposição promovida pelo CEIS20 na BGUC (Fixar a Universidade. Rostos e Espaços: 1880-1881), agora com novas perspectivas de aprofundado estudo e reprodução.
Tendo em vista as celebrações dos 125 anos da fundação do Orpheon, acudiu-me à memória o álbum Universidade de Coimbra: 1880-1881, de J. David, esperançado de que alguma das fotografias relativas ao Orpheon tivesse sido captada no palco do Teatro Académico.
Alexandre Ramires, bom técnico e bom Amigo, acedeu prontamente a visualizar "cirurgicamente" o álbum, no dia 31 de Outubro de 2006. As fotografias do Orpheon, incluindo a que se apresenta, foram captadas por David no Pátio das Escolas. Os orfeonistas estão de costas voltadas para o Colégio de São Pedro, junto à porta de entrada do Observatório Astronómico, de frente para a máquina fotográfica que estaria montada no escadório da Biblioteca Joanina. A fotografia, com os orfeonistas dispostos em semicírculo, é um documento notável, em tonalidade, rigor imagético e informações sobre a Capa e Batina. São reconhecíveis alguns académicos de fama referidos por Trindade Coelho. No meio, de pé, está João Arroyo com uma comprida batuta. Na vanguarda da ala esquerda aparecem dois rapazinhos, cobertos com capas, que faziam solos de vozes "brancas", como que a prolongar o italiano costume dos "castrati".
Agradecimento: ao Dr. Alexandre Ramires que amavelmente nos cedeu uma cópia desta fotografia para com ela celebrarmos no blog a evocação dos 125 do Orpheon.
AMNunes


Ensaio na TAUC Posted by Picasa
Momento de ensaio numa das salas da TAUC, no edifício sede da AAC, ocorrido por volta de 1992 ou 1993 (?). De pé, apoiado no expositor com a antiga e esfarrapada bandeira da TAUC, está o guitarrista Miguel Drago, um executante ligado à formação Verdes Anos, com boa obra gravada. De Capa e Batina, junto à porta, vê-se José Manuel Beato, que se distinguiu como cantor e alvitrista da Estética da Canção de Coimbra (valerá a pena recordar que antes dos ensaios do JMB, a "estética" da CC não passava de grosseiro "gosto/não gosto"?). Logo a seguir ao José Manuel Beato, sentado, está o estudante de Sociologia e guitarrista Fernando Marques, cuja formação recebeu o 1º Prémio de Inéditos Edmundo Bettencourt-2004. De perfil, a tocar guitarra, destaca-se Pedro Paredes, fino intérprete de acompanhamentos de João Bagão e António Andias. Desaparecido algures em Guimarães, apenas gravou um disco com Victor de Almeida e Silva. De costas, a tocar guitarra, adivinha-se Jorge Gomes. A seguir a Jorge Gomes, emerge Luís Carlos Santos, executante de viola de acompanhamento, eterno membro dos Praxis Nova, com discos gravados, agora repartido entre serrania e telas.
Fotografia remetida em 30/10/2006 pelo Adamo Caetano, a quem peço mais dados que permitam datar a fotografia.
AMNunes

terça-feira, novembro 07, 2006

SEGRETERIA DI STATO
00120 CITTA DEL VATICANO

PORTOGHESE

DOPO-ANGELO: 9-VI-1996

Uma saudação cordial aos peregrinos de língua portuguesa aqui presentes, e de modo particular aos membros do “Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra”. Dos anjos, diz-se que cantam no céu... Nós andamos a ensaiar na terra, para cantar com eles no céu. Mas um pouco do Céu já se ouve, quando vós cantais. O melhor sucesso! Para vós e para vossos familiares, a minha Bênção Apostólica.

Texto dito em português por Sua Santidade o Papa João Paulo II em 9-6-1996, da janela dos seus aposentos na praça de S. Pedro, depois do “ANGELUS”, da sua saudação e bênção apostólica, por virtude da memorável intervenção coral dos Antigos Orfeonistas durante a Santa Missa celebrada momentos antes na catedral de S. Pedro.
Enviado por Joaquim Barranca, do Coro dos Antigos Orfeonistas.


Carlos Carranca fala de Carlos Couceiro no jornal Centro de 2-11-2006. Posted by Picasa


No dia 4 de Novembro, a Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra promoveu mais um encontro entre os antigos estudantes. No entanto, devido a outros compromissos, apenas me foi possível estar no período da manhã.
Logo de manhã, às 10.30 foi a concentração no Pátio da Universidade; na capela da Universidade, foi rezada missa pelos antigos estudantes de Coimbra já falecidos, com o Coro da Capela a cantar e o órgão a tocar.
Fomos para a Reitoria, onde tivemos a recepção pelo Magnífico Reitor da Universidade de Coimbra que nos saudou vivamente sendo esta a primeira foto, na Sala do Senado, onde fomos recebidos. Estão: Prof. Dr. Fernando Regateiro (Presidente da Associação dos Antigos Estudantes), Prof. Dr. Seabra Santos (Magnífico Reitor) e o Pró Reitor Pedro Saraiva.
Rui Lopes Posted by Picasa


Após recebidos na Reitoria, a foto da praxe no pátio da Universidade ... Reconhecem-se o magnífico Reitor, o Pró-reitor Pedro Saraiva, eu, entre o Magnífico Reitor e o Pró Reitor Pedro Saraiva está o Dr. Alte da Veiga, neto do famoso Guitarrista Antero Alte da Veiga. Mais atrás o Dr. Emílio Campos Coroa (antigo presidente da Briosa) e a esposa, mais atrás ainda o Dr. Jorge Condorcet (que gosta muito de fazer ilusionismo mas não conseguiu fazer magia para que a chuva parasse, mas a magia que lhe pedíamos era que fizesse um truque que a Briosa ganhasse), ainda à frente, reconhece-se o Doutor Manuel Carvalho Prata e o Professor Fernando Regateiro muito preocupado a olhar para trás a ver se já estão todos para a foto. Vêem-se ainda, ao centro, Dionísio Correia e esposa.
Rui Lopes
Historiador/Arquivista Posted by Picasa


Mais outra no pátio de Universidade.
Rui Lopes Posted by Picasa

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