sábado, novembro 04, 2006


Espólio do Dr. António de Oliveira (6) Posted by Picasa
Descerramento de uma lápide de homenagem ao Doutor Egas Moniz, num prédio da Rua de Tomar, onde habitara enquanto estudante.
Na primeira fila, a meio e sentados: Egas Moniz e Elísio de Moura
Na segunda fila: Dr. António Rodrigues de Oliveira, do lado esquerdo, em pé, em 2º lugar
Cópia o original, enviada pelo Dr. Afonso de Oliveira Sousa.
AMNunes


Espólio do Dr. António de Oliveira (5) Posted by Picasa
Carta aberta do estudante Alexandre de Albuquerque (o Xandre, amigo de Afonso Lopes Vieira e do Pad'Zé) à Academia de Coimbra, onde polemiza com António Macieira (republicano, futuro Ministro da Justiça), Egas Moniz e outros, após uma cena de pugilato com o citado Macieira.
Cópia integral do original que pertenceu ao Dr. António Rodrigues de Oliveira, enviada pelo Dr. Afonso de Oliveira Sousa.
AMNunes


Espólio do Dr. António de Oliveira (4) Posted by Picasa
António Rodrigues de Oliveira foi colega de curso, na Faculdade de Medicina da UC, de Egas Moniz. A propósito deste assunto, escreveu-nos o Dr. Afonso de Oliveira e Sousa:
"Vi no «guitarradecoimbra» a evocação que fez do Prof. Doutor Egas Moniz. Como já (...) referi, o meu Avô materno, Dr. António Rodrigues de Oliveira, licenciado em Medicina por Coimbra, foi colega de curso do Dr. Egas Moniz. E seu companheiro de estudo diário. Mesmo agora acabo de descobrir um volumoso "Traité de Phisiologie Humaine", onde, na 1ª página, consta: «Egas & Oliveira».
A letra é do Dr. Egas Moniz, como pude verificar através de várias cartas que endereçou ao meu Avô. Trata-se, pois, de um tratado pertença dos dois, pelo qual estudaram em conjunto.
Na sua evocação dá o apontamento curioso de que o Dr. Egas Moniz era um apaixonado pelo jogo de cartas. E não só... também o era pelo xadrez. Jogava complicadas partidas com o meu Avô. Quando foi para Lisboa (...), tal era o vício e a emulação que encetou uma partida de xadrez com o meu Avô com recurso a postais dos correios. Vinha um, de Lisboa, com a jogada. Ia outro, de Leiria, com a jogada de resposta. A partida durou longos meses!" (trecho de uma carta do Dr. AOS, datada de 31/10/2006).
AMNunes


Espólio do Dr. António de Oliveira (3) Posted by Picasa
Prospecto de quatro folhas impressas, contendo o programa do Centenário da Sebenta.
Documento: cópia completa do original que pertenceu ao Dr. António Rodrigues de Oliveira
Agradecimentos: Dr. Afonso de Oliveira e Sousa
AMNunes


Espólio Dr. António de Oliveira (2) Posted by Picasa
Rosto das coplas da Récita de Despedida do Quinto Ano de 1898, intitulada "Os Boémios", com letra do poeta Gonçalves Cerejeira e música do guitarrista Manuel Mansilha.
Documento: cópia do original que pertenceu ao Dr. António Rodrigues de Oliveira
Agradecimentos: Dr. Afonso de Oliveira e Sousa
AMNunes


Espólio Dr. António de Oliveira (1) Posted by Picasa
Prospecto de um sarau realizado por iniciativa do Instituto de Coimbra, no dia 08 de Dezembro de 1897, em honra dos estudantes laureados. O alinhamento contou com notáveis localmente consagrados: quatro das peças musicais interpretadas eram da autoria do lente de Música da UC e antigo regente da TAUC António Simões de Carvalho Barbas; declamou poesia o estudante e notável cantor de serenatas Francisco Pinheiro Torres; o poeta Gonçalves Cerejeira, ligado ao grupo literário Cenáculo, disse poemas; discursou Egas Moniz, Presidente da TAUC; participou na recitação poética Augusto Ângelo de Vilela Passos (pai do guitarrista Felisberto Passos); Luís Pinto de Albuquerque Stockler, compositor e grande divulgador local da obra de Rey Colaço executou reportório musical (em 1899-1900 regeu o "Orfeon da Sebenta").
Documento: cópia de um original pertencente ao Dr. António Rodrigues de Oliveira, que se formou na Faculdade de Medicina da UC, avô materno do Dr. Afonso de Oliveira e Sousa
Agradecimentos: Dr. Afonso de Oliveira e Sousa
AMNunes


Cortejo da Queima das Fitas. 2ª edição corrigida e actualizada Posted by Picasa
No dia 02 de Maio de 2006, com o título Cortejo da Queima das Fitas", editámos no blog esta mesma fotografia, com o seguinte texto:

"Rara e interessante fotografia divulgada por Alexandre Ramires no catálogo "Revelar Coimbra. Os inícios da fotografia em Coimbra (1842-1900)", Coimbra, 2001, documento 50, com o título "Porta Férrea. Festa de Estudantes. Finais do século XIX".
Não querendo duvidar da sólida competência técnica de Alexandre Ramires, tenho para mim que esta fotografia se reporta não a um cortejo da década de 1890 mas sim a um cortejo da Queima das Fitas ocorrido entre 1901-1905. Antes de 1900 são totalmente desconhecidos cortejos da Queima das Fitas, cuja estrutura não deve confundir-se com os antigos cortejos das Latadas (Festa das Latas, Festa do Ponto).
Poderá contra-argumentar-se que em 1899 o Centenário da Sebenta dinamizou um monumental cortejo, mas tal argumento não colhe sentido. O Cortejo do Centenário da Sebenta é conhecido exaustivamente através de fotografias de época e de postais ilustrados. Os postais evidenciam bem que, não obstante o aparato burlesco, as carroças e carros de bois foram concebidos como carros alegóricos.
No presente cortejo, a diferença é flagrante. Perante os cenários da Porta-Férrea e da Alameda Camões, a carruagem de duas parelhas não apresenta qualquer estrutura próxima dos "carros alegóricos". O que vemos é uma carruagem de dois rodados, com quartanistas (??) sentados, profusamente ornamentada com flores e motivos vegetais. Esta solução é directamente inspirada nas carruagens que em Lisboa se exibiam anualmente no Carnaval com homens e mulheres que dinamizavam as elegantes "Batalhas das Flores", de que há relatos ao longo da primeira década do século XX nos carnavais mundanos de Coimbra e do Porto.
A celebração da Primavera e a euforia perante a floração são, contudo, muito anteriores à emergência da Queima das Fitas, pois nas décadas de 1850-1860 os estudantes tinham como horizonte simbólico para o início dos festejos de fim do ano escolar a floração do Tulipeiro da Virgínia existente no Jardim Botânico.
As carruagens eram enfeitadas com motivos florais e no interior seguiam cestas repletas de flores que eram atiradas sobre os ocupantes dos carros mais próximos. Como se pode aferir, o chic "baile de gala" (Ponta Delgada, Fenianos do Porto) e a "batalha das flores" eram então novidades fidalgo-burguesas que vinham desacreditar o velho, porco e malcheiroso Entrudo que em Coimbra metia três dias de ovos podres, cebolas, batatas, tremoços e panelos de barro.
A Batalha das Flores, limpa e perfumada, como que remete para uma antiga tradição cultivada nos séculos XVII e XVIII, no Entrudo, pelos fidalgos de Ponta Delgada. Era a "Batalha das Limas", à base do lançamento aparatoso de bolas de cera recheadas com água perfumada.
Crónicas atinentes ao período 1901-1905 confirmam que os quartanistas de Direito e Teologia ornamentavam os carros de tracção animal com flores e realizavam ao longo do percurso uma "Batalha das Flores". Esquecida a "batalha", restam as flores de papel".
Tendo sido esta fotografia editado sem ensejo de troca de informações entre o signatário do texto e o autor do álbum fotográfico citado, impõe-se corrigir pontos de vista que perdem acuidade quando confrontados com novos dados. Alexandre Ramires, em conversa de 31/10/2006, sustentou que de acordo com as suas investigações e cruzamento de dados, a fotografia não se reporta nem ao Centenário da Sebenta (1899), nem aos cortejos da Queima das Fitas balizados entre 1901-1905. As investigações pacientemente desenvolvidas por Alexandre Ramires são dignas de toda a credibilidade (além de perito, é a mais segura autoridade na matéria), o que nos obriga a rever as escassas informações sobre as festividades académicas conimbricenses de finais do século XIX. Haverá que pesquisar a fundo as festividades estudantis oitocentistas e rever clichés, pois os cortejos alegóricos, que se pensava não existirem antes de 1899, aí estão e em prova bem material.
O meu agradecimento a Alexandre Ramires, com quem gostaríamos de ir contando aqui e ali.
AMNunes


Araão de Lacerda Posted by Picasa
Retrato do Dr. Araão Soeiro Moreira de Lacerda, nascido no Porto a 23 de Março de 1890, falecido na Curia (Anadia) em 07 de Setembro de 1947.
Lacerda pertenceu ao curso de Direito de Francisco Menano e foi sócio do Orfeon de Joyce. Integrou a digressão artística do Orfeon a Paris em 1911, a primeira em que se cantou "A Portuguesa" como novo Hino Nacional.
Após tentativas frustadas de profissionalização como advogado, Lacerda retornou à UC para nova formatura na Faculdade de Letras (Ciências Histórico-Filosóficas). De regresso ao Porto, trabalhou na sua cidade natal como Professor de História da Música no Conservatório do Porto, Director da Escola de Belas Artes do Porto e membro do respectivo corpo docente em História da Arte/Estética e História na Arte na provisória Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Integrou ainda o corpo docente da Faculdade de Letras da UC, em História da Arte, conciliando com dificuldade as deslocações entre Porto e Coimbra.
Assinou trabalhos de interesse como "Da ironia, do riso e da caricatura" (1915), "Crónicas de Arte" (1916) e o tomo I da "História da Arte em Portugal" (1942).
Lacerda possuía ilustração musical e era um apaixonado pela Canção de Coimbra. Deixou a composição DONA INFANTA, gravada em 1928 por António Menano. No ciclo escaldante das polémicas antifadísticas, Araão de Lacerda aproveitou uma actuação do Orfeon de Condeixa no Teatro Sousa Bastos, em Maio de 1917, para manifestar explícito apoio ao "fado", tendo exaltado o bom acolhimento que aquela arte recebera nos palcos parisienses em 1911 (Cf. "Gazeta de Coimbra, de 19 de Maio de 1917).
Fonte: fotografia e elogio fúnebre publicados por Damião Peres em "História da Arte em Portugal", Tomo II, Porto, Portucalense Editora, 1948, pp. 11-13.
AMNunes


Conselheiro Botelheiro Posted by Picasa
Retrato do antigo estudante de Coimbra Juiz Conselheiro José Perestrello Botelheiro, do quadro do Supremo Tribunal de Justiça e Presidente do Tribunal da Relação de Coimbra entre 1957-1961.
A fotografia salienta bem a Capa com cordões, sobreposta à Beca (capa modificada em relação ao modelo que vigorou até 1910).
O Conselheiro Perestrello Botelheiro, falecido em Agosto de 1969, foi um devotado amigo das coisas académicas. Chegou a presidir à AAEC na década de 1960 e legou ao Museu Académico um importante lote de discos de 78 rpm. Destacou-se ainda como homem benemérito e caritativo, percorrendo enfermarias de hospitais e acarinhando doentes, num tempo em que tais gestos de humildade/humanidade poderiam ser considerados impróprios de um Juiz Conselheiro.
Fonte: Álbum dos Presidentes do Tribunal da Relação de Coimbra (Gabinete do Presidente)
AMNunes


Conselheiros Posted by Picasa
Juizes Conselheiros do Supremo Tribunal de Justiça e Procurador Geral da Coroa António Cândido (também parlamentar e lente de Direito da UC), em dia de homenagem ao novo Rei D. Manuel II. São merecedores de atenção a Beca de dois panos, a cinta, a Capa talar com cordão de borlas e os dois modelos de chapéus.
Fonte: fotografias da "Illustração Portugueza", de 04 de Abril de 1908, já editadas em António Manuel Nunes, "Sob o Olhar de Témis...", 2000, p. 98.
AMNunes


Pinto Osório Posted by Picasa
Na qualidade de Colaborador Convidado do blog, com plena liberdade para abordar assuntos relacionados com a Canção de Coimbra em particular, e outros quaisquer temas que considere de interesse para um melhor aprofundamento de questões que importará debater à luz de uma "história comparada", o Prof. Doutor Armando Luís de Carvalho Homem tem prestado ao blog Guitarra de Coimbra inestimável contributo.
É mister reconhecer que os trabalhos produzidos com a chancela de Armando Luís de Carvalho Homem prestigiam o blog, ajudando a fazer dele uma quase revista on line, lido em Coimbra, em Portugal e no estrangeiro, por um público diversificado, à luz de uma orientação editorial alheia a surtos de alinhamento institucional, xenófobos bairrismos, redução anedoteira ou assomo de censura encapotada em despropositada "falsa consciência moral". Não oferece dúvida que a escolha de determinados colaboradores, a triagem de matérias, a selecção de imagens e documentos, bem como a eliminação de "posts" despropositados, são competência exclusiva da direcção do blog.
No prosseguimento das pesquisas que tem vindo a realizar sobre os percursos e trilhos dos Hábitos Doutorais em Portugal, como que a antecipar a respectiva publicação em livro autónomo, o Autor entendeu partilhar generosamente o fruto do seu labor com os leitores do blog. Esse trabalho merece o nosso respeito, admiração e estima, quadrando-se perfeitamente nas orientações editorais internamente definidas.
Na última fotografia intentava-se uma viagem reflexiva ao mundo dos uniformes judiciários, recorrendo à ainda jovem Beca dos Juizes do Tribunal Constitucional. Confesso que a interpelação se afigura muito pertinente. Eu próprio já me havia interrogado sobre o assunto controvertido em parágrafos do livro "Sob o Olhar de Témis. Quadros da História do Supremo Tribunal de Justiça", Lisboa, Edição do STJ, 2000.
Aproveito para divulgar uma fotografia do Juiz Conselheiro Augusto Carlos Cardoso Pinto Osório (1842-1920), com Beca de Juiz, quando trabalhava no Tribunal da Relação do Porto, ca. 1902. Este magistrado, após o curso de Direito em Coimbra (1860-1866), percorreu os tribunais insulares, ultramarinos, as Relações de Ponta Delgada e Porto, bem como o Supremo Tribunal de Justiça (nomeado em 1903), onde foi Presidente logo após a Revolução Republicana de 1910.
Como se pode observar, Pinto Osório veste uma Beca de luxo, constituída por duas peças separadas e dois adereços.
As peças são: o vestido de baixo, composto pela chamarra ou sotaina, espécie de túnica preta talar, sem mangas, abotoando na frente em trespasse sobre o peitoral direito; a beca preta talar propriamente dita, com mangas tubulares simples e palas pregueadas nos ombros;
Os acessórios são: uma cinta ou faixa de pano, destinada a apertar a túnica (que não a Beca) e um jogo de chapéus que incluia o chapelete preto de feltro com pequena aba e copa rasa, bem como um barrete redondo, rematado por quatro nervuras e pom-pom.
Comparando o modelo sumariamente descrito com a Beca oitocentista dos lentes de Lisboa e Porto, definida na letra do Decreto de 01 de Outubro de 1856, vemos que esta configura uma versão solene que funde elementos da Toga de advogado com outros colhidos na Beca de juiz.
Assim:
-aplica no peito rosetas e alamares que não existiam na Toga do advogado nem na Beca do juiz;
-adopta uma cinta de pano, em preto, com duas faixas pendentes, rematadas por pequenos franjados/borlas. O cinto é herdado do uniforme dos juízes, mas as faixas pendentes eram mais usuais no fardamente eclesiástico (bispos, arcebispos, cardeais);
-abotoa verticalmente na frente, seguindo o padrão comum à Toga de advogado, bem como nas becas espanholas e francesas que se haviam vulgarizado desde o século XVI (enjeita, portanto, a abotoadura de trespasse à juiz);
-faz aplicar "farfalhudas" palas de ombros, mais comedidamente visíveis na Beca de Juiz;
-opta pela manga afunilada, com amplo bocal junto ao pulso, numa evidente aproximação à manga comum da Toga de advogado;
-dos três chapéus conhecidos no mundo judiciário português (abeiro de feltro e barrete redondo nos juízes; barrete octavado nos advogados), perfilha o modelo típico dos advogados: base redonda, rebordo superior com oito seccionamentos, quatro nervuras dorsais e pom-pom;
-não consagra a capa preta talar usada pelos Juizes Conselheiros do Supremo Tribunal de Justiça (comum a Portugal e ao Brasil);
-não retoma o cordão preto de borlas pendentes que se via nas togas dos juizes de 1ª instância e nas capas dos Juizes Conselheiros.
Fonte: Artur de Magalhães, Conde Aurora, Gonçalo Coutinho (coordenação), "In memoriam. Juiz Pinto Osório. 1842-1920", Porto, Companhia Portuguesa Editora, s/d.
AMNunes

sexta-feira, novembro 03, 2006

Mundo Académico e Mundo Judiciário: a identidade e a diferença imagética (a propósito de uma foto do pleno dos juízes do Trib. Constitucional, 2006)












Os juízes do TC em 2006. Ao centro, na 1.ª fila, o Presidente, Juiz Conselheiro Dr. Artur Maurício, com um exemplar da Constituição à frente. À sua dir. o Vice-presidente, Conselheiro Doutor Rui Manuel Gens Moura Ramos, lente de Direito Internacional Privado da FD/UC. Na 2.ª fila, a 3.ª a contar da dir. é a Conselheira Doutora Maria Fernanda Martins da Palma, lente de Direito Penal da FD/UL; a 1.ª à esq. é a Conselheira Dr.ª Maria dos Prazeres Pizarro Beleza, lente de Direito da UCP. As becas foram concebidas pelo alfaiate Escultor Fernando Almeida, um dos mais veteranos criadores e artesãos lisboetas de trajes académicos e judiciários (Academia de Corte M. Guilherme de Almeida, à R. da Palma, Lisboa); participou na reforma da beca da FM/UL, no sentido da sua adaptação como traje de toda a UL, no Reitorado de Marcello Caetano (1960). Esta foto ostenta uma série de virtualidades comparatísticas; assim:
a) Que relação entre a disposição dos lentes de um «Studium Generale» por cadeirais / doutorais e a dos juízes do Pleno de um Tribunal por «tribunas» de mais que uma fila ?
b) Que relação genésica entre as becas do mundo judiciário e as da UL, da UP, da UTL, da UNL e da U. Açores ? E que dizer de medalhas, epitógios, colares, escapulários ?...
c) Que identidade entre eventuais cortejos de lentes ou juízes no acesso à Sala Grande de sessões ?
Deixo estas singelas interrogações à curiosidade, ao interesse e ao saber dos frequentadores do blog. Com os melhores cumprimentos
Armando Luís de Carvalho HOMEM


Emblema da AAC (3) Posted by Picasa
O actual emblema da AAC respeita primacialmente à Associação Académica de Coimbra (AAC), bem como à sua equipa de futebol, a Académica, identificada como "Associação Académica de Coimbra. Organismo Autónomo de Futebol" desde 1984.
Quem teve a ideia do emblema foi o dirigente académico e notável jogador da Académica, Armando Sampaio, que era natural de Portalegre e estudou Medicina na UC. A encomenda foi feita ao estudante Fernando PIMENTEL, no ano lectivo de 1927-1928, sendo Presidente da AAC Jaime do Rego Aleixo.
O desenho, de enorme simplicidade e grande carga simbólica, é de um geometrismo modernista tendencialmente abstracto, aproximando-se das certas tendências então experimentadas no campo das artes plásticas. Pimentel rejeitou liminarmente a ideia de uma bola ou de um escudo, optando por um losângulo de contorno grosso preto, no interior do qual dispôs, na parte superior, as três letras AAC, e em baixo, a Torre da UC e a silhueta do telhado da Sala dos Capelos.
A sorte deste emblema foi extraordinária, logo se espalhando as imitações por muitos clubes desportivos portugueses e outras associações estudantis.
A autoria do emblema e respectiva propriedade jamais foram registadas pelo autor, Dr. Fernando Pimentel, nem pela legítima detentora, a AAC. Vazio tão apetitoso terá levado dois estudantes a tentarem o registo fradulento deste emblema na 2ª metade da década de 1990.
AMNunes


Emblema da AAC (2) Posted by Picasa
O emblema em uso nas camisolas dos jogadores da Académica, no ano lectivo de 1926-1927, era constituído por três letras dispostas em círculo, como que a imitar uma bola de futebol. Este emblema, muito singelo, embora eficaz (ainda hoje se pode ver em associações de estudantes do ensino secundário) terá sido exibido na época 1926-27, num desafio entre a Académica e o Sporting. Não se sabe que foi o autor do desenho.
AMNunes


Emblema da AAC (1) Posted by Picasa
Para o período da monarquia constitucional não se conhecem na história da associação de estudantes da UC (CAC/AAC) qualquer emblema ou brasão. Por antiga tradição, os cortejos abriam com uma "lança" onde ia içada uma Capa de estudante, o mesmo sucedendo em quaisquer mastros de edifícios que servissem de sede à associação.
Com a Revolução de 5 de Outubro de 1910 e a afirmação da Académica (Secção de Futebol da AAC), logo se constatou a necessidade de aplicar nas camisolas dos jogadores um distintivo. Por volta de 1912, uma benemérita, cujo nome ficou anónimo, bordou e ofereceu aos atletas da AAC um emblema constituído por Cruz de Cristo e um escudo onde foram gravadas as insígnias das Faculdades existentes. Não sendo exactamente igual ao modelo que apresentamos em (1), o emblema pouco diferia deste padrão. Terá conhecido pouca adesão, preferindo muitos estudantes usar nas lapelas/camisolas um emblema rectangular com a legenda "Mens Sana" e um conjunto de figuras geometrizadas cujo desenho se desconhece.
AMNunes


António Luís Gomes Posted by Picasa
Mensagem do primeiro Presidente da AAC, editada na revista "Rua Larga", Nº 7, de 25 de Novembro de 1957. A fotografia e a mensagem foram recolhidas pelo estudante Joaquim Teixeira Santos que mais tarde dedicou muitas horas à AAEC e ao Museu Académico.
Além de ALG, outros presidentes e colaboradores ajudaram a fazer a história da AAC. Cometendo consciente injustiça, lembraremos:
-Francisco António Maldonado (de Direito), em cujo mandato a AAC foi instalada no rés-do-chão da Bastilha (1913), graças aos bons ofícios do antigo dirigente e agora Reitor Guilherme Moreira;
-Augusto da Fonseca Júnior, dito "O Passarinho" (Medicina), ligado à 1ª Tomada da Bastilha de 25 de Novembro de 1920, acto que permitiu à AAC tomar posse de todo o Colégio de São Paulo-o-Eremita;
-Francisco de Almeida Salgado Zenha (Direito), que em 1945 foi eleito presidente em sufrágio livre do controlo do Estado Novo;
-Fernando Luís Mendes da Silva (Direito), que em 04 de Abril de 1954 liderou, no Colégio dos Grilos, a 2ª Tomada da Bastilha, acto que está na origem do polivante da AAC construído na Praça da República;
-Manuel Pinto Rocha (Medicina), que em 1956 se bateu contra o Decreto-Lei Nº 40.900, que penalizava fortemente a autonomia associativa;
-Carlos Manuel Natividade da Costa Candal (Direito), que em 1961 venceu as eleições com uma lista não controlada pelo Estado Novo;
-Francisco Leal Paiva (Medicina), ligado à Crise Académica de 1962 e à contestação ao Reitor (Braga da Cruz) e ao Ministro da Educação (Lopes de Almeida);
-Alberto de Sousa Martins (Direito), o Presidente da Crise Académica de 1969, sendo Ministro da Educação José Hermano Saraiva;
-Carlos Alberto Ferreira Amorim (Direito), em cujo mandato foi reaberta a AAC;
-António Alberto Maló de Abreu (Medicina), o Presidente que liderou o regresso das tradições académicas.
AMNunes


Clube Académico Posted by Picasa
São raras as imagens da vida associativa relativas às actividades do Clube Académico de Coimbra (1861-1887), organismo que antecedeu a AAC. Esta gravura, da autoria de Joaquim Manuel Correia, reporta-se a uma manifestação (greve?) realizada no Clube Académico por volta de 1885.
Fonte: Fernando da Silva Correia, "Vida Errada. O romance de Coimbra", 2ª edição, Coimbra, Coimbra Editora, 1960.
AMNunes

quinta-feira, novembro 02, 2006


Primitiva sede da AAC (2) Posted by Picasa
Vista dos telhados e claustro do Colégio de São Paulo-o-Apóstolo em cujo vão se ergueu o Teatro Académico. A construção do Teatro Académico não está investigada, mas tudo indica que foram aproveitadas as estruturas quinhentistas do claustro para os muros. O palco terá ficado num dos topos e a plateia no espaço correspondente ao pátio. O claustro foi fechado superiormente, passando a servir de telhado ao Teatro (até ao momento não foram noticiadas quaisquer fotos do interior/exterior do Teatro).
Com sessão inagural feita a 24 de Junho de 1839, o "velho" teatro ainda recebeu a Estudantina de Santiago de Compostela nas noites de 09 e 10 de Fevereiro de 1888. Encerrado logo após o terrífico desastre portuense do Baquet (Março de 88), seguiu-se demolição às ordens do ministro Emídio Navarro. E com ela vieram os anos em que até 1920 "Sobolos rios que vão por Babilónia/Nos sentávamos chorando/Lembrando-nos de Sião".
AMNunes


A primitiva sede da AAC Posted by Picasa
Fachada principal do Real Colégio de São Paulo-o-Apóstolo (ao fundo vê-se a fachada do confinante Colégio de São Pedro), inaugurado em 1563 e nacionalizado em 1834. Muito arruinado pelo Terramoto de 01/11/1755, as suas fachadas foram desenhadas pelo arquitecto Giacomo Azzolini, por 1774, a pedido do Bispo de Coimbra, estando as gravuras originais depositadas no Museu Machado de Castro.
Entre 1838-1888, o antigo colégio foi a casa mãe da Nova Academia Dramática, do Teatro Académico, do Instituto de Coimbra, da Orquestra do Teatro Académico, do Clube Académico, do Orfeon de João Arroyo e da juvenil Associação Académica de Coimbra.
Imagem: António de Vasconcelos, "Escritos Vários", I, 2ª edição, Coimbra, AUC, 1987.
AMNunes


Cento e dezanove velas para soprar Posted by Picasa
Amanhã, 6ª feira, celebram-se jubilosamente os 119 anos da transformação da associção de estudantes da UC em Associação Académica de Coimbra (AAC), cujos primeiros estatutos foram oficialmente aprovados por ALVARÁ de 03 de Novembro de 1887.
Como leitura de apoio para uma incursão breve ao historial desta vetusta instituição, gostaríamos de aconselhar a obra de Artur Ribeiro, "Do associacionismo. Da Associação Académica de Coimbra e da Tomada da Bastilha", Coimbra, Edição da DGAAC, 2002.
Foram fundadores deste organismo destacadas figuras do meio estudantil que se distinguiram como activistas republicanos, futuros lentes da UC (António Luís Gomes, Guilherme Moreira), sócios da Orquestra do Teatro Académico e da nascente TAUC (Artur Pinto da Rocha).
Por vezes a AAC (associação de estudantes da UC) aparece confundida com a sua equipa de futebol, a Académica tout court, cuja fundação ocorreu em Janeiro de 1912, pese embora antecedida de práticas futebolísticas diletantes desde 1901 na Praça da República, terrenos do Parque Manuel Braga e Escola Agrária.
Tradicionalmente tem-se aceitado, em registo de consensualidade, o ano de 1887 como sendo a data da fundação da AAC. O autor da obra que vimos de propor, embora sem desenvolver a questão, inclina-se intuitivamente para um "início", em lugar de "fundação" (op. cit., p. 111), pois radica as origens da instituição na Academia Dramática (1837) e na Nova Academia Dramática e Teatro Académico (1838).
O assunto não está devidamente investigado mas pode considerar-se, sem ousar forçar a leitura, que a associação de estudantes da UC passou a existir em 1861, quando foi fundado o Clube Académico de Coimbra (Estatutos de 19/02/1862), logo instalado no mesmo edifício onde já funcionavam a Nova Academia Dramática e o Teatro Académico (Real Colégio de São Paulo-o-Apóstolo). E se alguma dúvida restava, esta logo se desvaneceu em 1866 com a fusão estatutária da Nova Academia Dramática com o Clube Académico de Coimbra (18 de Março de 1866).
O CAC, apesar de ter funcionado regularmente entre 1861 e 1887, nunca foi estudado. Não se lhe conhecem os programas, os presidentes, as disputas eleitorais, as greves, os sócios. Contudo, sabemos que reflectiu ao nível da sua direcção o rotativismo partidário monárquico nas décadas de 1860-1870-1880. Coube-lhe incrementar as celebrações do Centenário da Reforma Pombalina, do Tricentenário de Camões (1880-81), parte da campanha para a inauguração do monumento a Camões (o Leão de Camões) e a tentativa de criar em 1880 uma federação académica ibérica. Nesta causa se envolveu o regente do Orfeon, João Arroyo, que chegou a deslocar-se propositadamente a Espanha e no regresso a Coimbra foi muito mal compreendido pelos seus colegas nacionalistas.
O CAC estava mais próximo do figurino do associativismo masculino e cavalheiresco britânico, do que do modelo continental francês e republicano. Prosseguia fins ligados à filantropia, defesa dos interesses dos associados, projectos culturais, cívicos e desportivos (esgrima, ginástica, pesos). À medida que o ideário republicano se afirmou e conquistou adeptos no meio estudantil, o CAC passou a ser visto como um organismo "monárquico" ou pró-monárquico. Ou se reformava, ou se fazia extinguir.
O seu último Presidente (1885-1887) foi justamente um homem que conhecia bem os cantos à casa: o estudante de Direito, republicano e futuro lente da Faculdade de Direito, António Luís Gomes. O mesmo António Luís Gomes foi eleito primeiro Presidente do novo organismo, a AAC, entre 1887-1890. Viu morrer a Nova Academia Dramática (1887), o Clube Académico (1887), assistiu à demolição da sede que também continha o Teatro Académico (1888) e ergueu a jovem AAC.
A partir da sua "fundação" republicana, de 1887, a história da AAC passou a ser contada pelas vozes dos vencedores, como gesta antimonárquica. Ironia do destino, nos difíceis anos de 1890, quando o governo mandou encerrar a AAC, as estratégias de sobrevivência voltaram a passar pela nomenclatura Clube Académico de Coimbra. E a Académica (equipa de futebol), martirizada em 1974, adoptou até 1984 a designação de Clube Académico.
Longa vida à AAC, para cujo símbolo se voltam amanhã os que em diferentes tempos a ajudaram a fazer.
AMNunes

O traje e as insígnias dos lentes da Universidade dos Açores (I)

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Armando Luís de Carvalho HOMEM

O traje e as insígnias dos lentes da Universidade dos Açores (II)


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Nota prévia: Como é óbvio, este texto respeita tanto ao presente post como ao anterior.

Criada nos anos 70 - inicialmente como Instituto Universitário -, a U. Açores tem o seu traje e insígnias estatutariamente regulamentados desde a década seguinte, no mandato do 2.º Reitor, o lente de Línguas e Literaturas Modernas Doutor António Manuel Bettencourt Machado Pires (v. ils. 3., 5., 11, 12., 15. e 16.), antigo assistente de Vitorino Nemésio (1901-1978) na FL/UL. Basicamente o traje é uma versão da beca preta remotamente criada para as Escolas Médico-Cirúrgicas de Lisboa e do Porto (1856-1857) e, com maiores ou menores adapatações, usada ao longo do séc. XX na UL (com uma reforma generalizante a todas as Escolas em 1960, no Reitorado de Marcello Caetano), na UP (onde desde 1902 se usava também na Academia Politécnica - gérmen das ulteriores Facs. Ciências e Engenharia) e na UNL. A versão açoriana diminui o número de folhos e pregas e introduz um canhão de mangas na cor da especialidade científica; é complementada, tal como, em alguns momentos, as versões continentais, por um chapéu preto troncónico, rematado por um pom-pom hemiesférico de onde parte, para a periferia frontal, um conjunto de nove fios de seda (tantos como as ilhas do Arquipélago). A insígnia doutoral é um capelo na cor da especialidade científica, menor e menos complexo que o modelo coimbrão: terminando a meio do antebraço, é ornamentado na base e aperta com um único alamar. Cores: História, Filosofia e Ciências Sociais e Línguas e Literaturas Modernas - azul-escuro; Biologia - azul claro; Ciências Agrárias - amarelo; Oceanografia - verde; e Economia e Gestão - vermelho.
Alguns comentários às imagens:
5. Os 3 primeiros Reitores da UAc: da dir. para a esq. - Doutor José Enes, Doutor António Machado Pires e Doutor Vasco Garcia.
6. e 7. Por estas imagens ficamos a saber que o Sr. Licenciado João Bosco da Mota Amaral é dr. hc. ou lente convidado da U. da sua Região Autónoma; na il. 6. (2001) podem ver-se ainda o Reitor Vasco Garcia, o então Ministro da Educação, Doutor Augusto Ernesto Santos Silva, o Reitor da UTL, Doutor José Dias Lopes da Silva, um lente da U. Algarve e outro (semi-encoberto) da U. Évora.
8. e 9. Calças e sapatos castanhos com uma beca não é proriamente sinal de bom-gosto !...
9., 13. e 14. O lente de hábito talar e borla e capelo de Letras é o açoriano Doutor Gustavo de Fraga, já desaparecido; foi assistente e lente de Filosofia da FL/UC (onde chegou a professor extraordinário) nos anos 60 e 70 e culminou carreira na UAc, onde ensinou até se jubilar, presidindo durante algum tempo ao Dep. de História, Filosofia e Ciências Sociais.
11., 12. e 13. Imagens do doutoramento h.c. do lente de Medicina da UC Doutor Alexandre Linhares Furtado (1995), também açoriano. Na última imagem, à esq., o então e actual Reitor da U. Évora, Doutor Jorge Araújo.
15. Doutoramento h.c. do célebre vulcanólogo Haroun Tazieff.
Fonte: www.uac.pt
Armando Luís de Carvalho HOMEM

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