sábado, janeiro 28, 2006





















"O Tecto do Mendigo", de José Afonso, nas paredes da Boa-Bay-Ela. Notícia do Diário das Beiras de hoje. Foto de Rui Semedo.
Aqui só estão as quatro primeiras quadras, numa versão ligeiramente diferente da que consta do livro "José Afonso - Textos e Canções", da editora Assírio e Alvim, de 1983, com coordenação e notas de J. H. Santos Barros.

Num lugar ermo
Só no meu abrigo
Aí terei meu tecto
E meu postigo

De longe em longe
À luz das madrugadas
Duas camisas
Quem não tem lavadas?

Aí serei meu dono
E companheiro
Dizei amigos
Se não sou solteiro

E se eu morrer
O tecto que não caia
Porque um mendigo
Dorme de atalaia


Quinto "milenário" da República Boa-Bay-Ela. Artigo do Diário das Beiras de hoje, de Ana Luísa Barroso, com foto de Rui Semedo, Posted by Picasa


Ponte do Ó Posted by Picasa
Vista da antiga ponte de pedra que permitia a travessia do Mondego entre Santa Clara e Coimbra, edificada no reinando de D. Manuel I. Nesta gravura, da 1ª metade do século XIX, a Ponte do Ó está desenhada com grande rigor, vendo-se o tabuleiro estreito, os muros, os arcos, e a famosa praceta arredondada, vulgarmente designada por Ó. Serve de pano de fundo Santa Clara, com os conventos de Santa Clara-a-Velha, São Francisco e Santa Clara-a-Nova, e um trecho da estrada de Lisboa. O Mondego, com bastante correnteza, oferta-se ao olhar do pintor, com as barcas serranas de velas enfunadas, camponeses e lavadeiras. O pintor fez questão de deixar registo de uma carruagem em transito lento, avançando do Largo da Portagem (lado de Coimbra) para Santa Clara. Os que vinham do lado oposto teriam de aguardar no Ó para não congestionarem o transito.
AMNunes


Ponte do Ó Posted by Picasa
Vista do Ó da Ponte Velha com apontamento da cidade de Coimbra, em desenho de 1836. O Mondego apresenta escasso caudal, como soía na época estival. Do lado da cidade são bem visíveis os restos de panos da muralha, junto ao rio e no inclinado lanço da Couraça. Sentado no murete da praceta da ponte, um estudante de Capa e Batina, gorro, calção e meia alta, observa os transeuntes.
AMNunes


Ponte do ÓPosted by Picasa
Magnífica vista da Ponte do Ó, captada a partir das imediações da antiga Cadeia do Largo da Portagem. Não é conhecido o nome do fotógrafo, sendo o documento datável de ca. 1873.
Imagem: fotografia pertencente a Alexandre Ramires, divulgada em Alexandre Ramires, "Revelar Coimbra. Os inícios da fotografia em Coimbra. 1842-1900", Coimbra, Museu Nacional de Machado de Castro/Instituto Português de Museus, 2001, foto 33.
AMNunes


Ponte do Ó Posted by Picasa
Vista geral da cidade de Coimbra, com inclusão da Ponte do Ó, realizada por Carlos Relvas, nos alvores da década de 1870.
Fotografia da colecção de Margarida da Costa Alemão, editada em Alexandre Ramires, "Revelar Coimbra. Os inícios da fotografia em Coimbra. 1842-1900", Coimbra, Museu Nacional de Machado de Castro/Instituto Português de Museus, 2001, foto 16.
A velha ponte de pedra, construída no reinado de D. Manuel I, chegou ao século XIX profundamente assoreada. Permitia a ligação entre as duas margens do Mondego, tendo do lado de Santa Clara um largo onde carruagens, gado, soldados e viajantes, aguardavam o escoamento do tráfego. Atravessada a ponte, do lado de Coimbra, existia um arco em pedra onde eram cobradas as portagens. Durante séculos, a Ponte do Ó foi um dos locais de divertimento, passeio e convívio preferidos dos estudantes. Empoleirados nos muros do largo, os estudantes podiam observar colunas militares em andamento, camponeses com burros, carros de bois e carroças, as barcas serranas nas suas viagens entre Penacova e a Figueira da Foz, a entrada de visitantes ilustres, os almocreves, os mendigos cantadores, as mulheres nas lides da barrela, lavagem das roupas e transporte de água em cântaros, os vendedores e abastecedores da cidade. Havia ainda lugar a declamações, discursatas filosóficas, esperas de caloiros que vinham em colunas de mulas desde os lados de Lisboa e das Beiras, cantorias, toques de guitarras e violas de arame. Estes estudantes ociosos eram vistos com um misto de admiração e de temor. Tanto podiam mandar um piropo galante a uma cachopa, como desatrelar os bois a um humilde camponês, atirar uma pedra a um cavalo, obstruir o tabuleiro com pedras, ou congeminar as mais temíveis piadas, partidas e estúrdias. No início do ano escolar, os veteranos concentravam-se no Largo da Portagem e infligiam aos caloiros as mais endiabradas mortificações.
Eça de Queirós, em "José Matias", incluso na obra CONTOS, fala-nos de José Matias de Albuquerque, um hegeliano, que em Abril de 1865 veio a Coimbra. Após ceata a preceito no Paço do Conde, Eça, José Matias e os amigos, foram divertir-se para a Ponte do Ó:
"Era uma noite de Abril, de lua cheia. Passeámos depois em bando, com guitarras, pela ponte e pelo Choupal. O Januário cantou ardentemente as endechas românticas do nosso tempo:
Ontem de tarde, ao sol-posto,
Contemplavas, silenciosa,
A torrente caudalosa
Que refervia a teus pés...
E o José Matias, encostado ao parapeito da ponte, com a alma e os olhos perdidos na Lua! (Eça de Queirós, "José Matias", in CONTOS, 4ª edição, Lisboa, Editora Ulisseia, 2000, págs. 147-148, com prefácio de Maria das Graças Moreira de Sá).
AMNunes


Caldas Barbosa maltratado na RTP Posted by Picasa
Já demos notícia abreviada sobre Domingos Caldas Barbosa (ca. 1740-1800), antigo militar, antigo estudante da UC, Padre titular da capelania do Tribunal Casa da Suplicação, poeta, tocador de viola de arame e cantor. Conjuntamente com nomes como Francisco da Silveira Malhão e António Justiniano Baptista Botelho pode ser considerado um dos precursores da Canção de Coimbra.
O Lereno figura como personagem na série em exibição na RTP1, às 6ªs feiras, dedicada à vida e obra de BOCAGE (Manuel Maria de Barbosa du Bocage, 1765-1805). Com efeito, Bocage, Caldas Barbosa e o Padre José Agostinho de Macedo, conviveram na década de 1790, em Lisboa, na Nova Arcádia. Os desentendimentos entre O Lereno, Elmano Sadino (=Bocage) e outros elementos da academia, motivaram a Bocage violentos sonetos de escárnio, que roçam o racismo mais primário. Tudo isto se passou antes de 1797, ano em que Bocage foi preso por maus costumes.
Os serões culturais da Nova Arcádia estão visivelmente mal caracterizados na série televisiva. Por exemplo, no 2º episódio exibido na noite de 6ª feira, 27 de Janeiro de 2006, os argumentistas valorizavam a figura excêntrica de Bocage, apresentando um Caldas Barbosa efeminado, a declamar sonsos versos arcádicos em pronúncia brasileira, aqui e ali a trautear em playback enfadonhas modinhas no bandolim.
Toda esta tentativa de caracterização pela negativa está errada. Caldas Barbosa tocava viola de arame e cantava, declamava com agrado dos auditórios e escrevia peças de teatro. Era um poeta improvisador, bastante apreciado no seu tempo, não obstante ser mulato. Um mulato assimilado e invejado. Os tiques presentes na série televisiva não correspondem à verdade histórica, pese embora o facto de Caldas Barbosa ser um homem colado à situação e não um contestatário. O pior de tudo é observar no personagem a continuada ausência do Hábito Talar Eclesiástico (para mais numa sociedade em que o hábito fazia o monge) e a exibição de um bandolim do século XX, com pá e cravelhas do século XX. Isto sim, além de muito mau, representa ignorância dos conselheiros técnicos que prestaram apoio aos realizadores da série. Faltam ali cordofones de salão setecentista como a viola de arame, a guitarra inglesa e a cítara.
Já na série exibida pela RTP1 no mesmo horário, imediatamente antes da estreia de BOCAGE, concebida por Moita Flores, cujo tema era "Pedro e Inês", se verificava que nos reinados de D. Afonso IV e D. Pedro I, a maioria dos actores usava frequentemente guarda-roupa da época de D. Manuel I e dos inícios do reinado de D. João III. Nesta matéria, os realizadores de séries televisivas portuguesas terão ainda de percorrer um longo caminho, seja em termos de abordagem dos guarda-roupas de época, seja nas minudências sempre omissas a que chamaremos etnografia do quotidiano (a louça, a barba, a higiene, o banho, a retrete, os ferimentos, o vestir, o barbeiro, a sangria). Se o actor faz muito (por exemplo, Nicolau Bryner foi um óptimo D. Afonso IV em "Pedro e Inês. Pena estar vestido de D. Manuel I ou de Henrique VIII de Inglaterra!), os cenários e a recriação etnográfica e histórica dos estilos de vida ajudam bastante. Sem convicente etnografia do quotidiano, por muito que o actor valha, teremos figurantes que se passeiam em determinados cenários.
Bocage foi seguramente uma das mais notáveis figuras da poética do século XVIII. A minha avó paterna, analfabeta, nascida, vivida e falecida numa aldeola remota, sabia recitar de cor dezenas de anedotas atribuídas ao engenho de Bocage. O rival Caldas Barbosa ainda era cantado por músicos populares amadores brasileiros no século XX. Se não foi um intelectual contestatário, O Lereno também não era o lambebotas que a série televisiva insinua. Se os autores da série tivessem lido "Sonetos", do mesmo Bocage, perceberiam que os serões da Nova Arcádia eram bastante concorridos e aplaudidos. Também lá cantava e tocava "bandurra" (cítara) outro mulato brasileiro, Joaquim Manuel, a quem Bocage dedica os terríficos sonetos CLXXV e CLXXVI.
Não existem razões válidas hoje em dia para se tentar recriar os ambientes musicais do século XVIII com instrumentos do século XX. Há museus, há postais, há fotografias, há construtores especializados no fabrico de réplicas, há executantes que dominam repertórios de época.
Nota: um nosso leitor veio oportunamente precisar que, além do playback francamente mal dobrado nas partes do canto, as posições dos dedos não correspondem às notas que seriam de ouvir no bandolim, notas essas que afinal se executam em "guitarra clássica" na banda sonora. São incongruências a mais, tendo em conta que os Segréis de Lisboa já reconstituiram e gravaram em cd melodias de Caldas Barbosa ("Modinhas e Lundus dos séculos XVIII e XIX", Lisboa, Movieplay, MOV 3-11042, ano de 1997, faixas 4 e 9; complementarmente o cancioneiro impresso com transcrição de Manuel Morais, "Modinhas, lunduns e cançonetas com acompanhamento de Viola e Guitarra Inglesa", Lisboa, Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2000).
AMNunes


Fonte dos Amores (2) Posted by Picasa
Gravura de Alfredo Morais, editada na página 35 da edição portuguesa de "A Fonte dos Amores", de 1923. As imagens cinéfilas e turísticas do estudante de "capa e guitarra" não são, de forma alguma, uma invenção do período do Estado Novo. Anteriormente já pululavam imagens que, depuradas e cristalizadas, se fixaram "oficiosamente" a partir da década de 1930.
Aliás, o não levantamento da diversificada iconografia respeitante à memória da Canção de Coimbra, não pode constituir atenuante para o pecadilho da eterna utilização da fotografia de Augusto Hilário ou da incorporação abusiva da CC nas histórias do Fado.
"A Fonte dos Amores", enquanto película de alcance internacional, não motivou qualquer conflito entre o realizador e a Academia de Coimbra. Tivesse este filme banda sonora e disporíamos de um belíssimo documento sonoro. Em todo o caso, valeria a pena tentar comparar o tipo de imagens produzidas em 1923 sobre os estudantes de Coimbra com as propostas em 1947 por Armando de Miranda no ainda hoje mal amado "Capas Negras" (alvo de crescentes operações de branqueamento da memória!).
Imagem: colecção de José Anjos de Carvalho
AMNunes


Fonte dos Amores (1) Posted by Picasa
Aguarela de Alfredo Morais empregue como motivo de capa do romance de Gabrièlle Réval, "A Fonte dos Amores. Sugestivo romance de scenas da vida de estudantes, publicado em folhetins no Diário de Notícias. Tradução de M. Pereira Coelho e A. Cortez dos Santos. Ilustração de Alfredo Morais", Lisboa, Tipografia da Empresa Diário de Notícias, 1923.
Réval, escritora francesa pouco conhecida, entradota nos anos, viveu alguns meses em Coimbra na passagem de 1922 para 1923. Apaixonada por Coimbra e pelos seus mitos, idealizou um romance pequeno-burguês, para tanto misturando costumes académicos, "la merveilleuse histoire de Inés de Castro" e trajos folclóricos femininos de Coimbra e do Minho que já tinham caído em desuso. Deram apoio técnico e aconselhamento a Réval e a Lion Falcão Machado (depois professor do Liceu Sá da Bandeira, Angola), Manuel da Silva Gaio, e os estudantes Osório Machado e José Dias.
O folhetim serviu de guião a um filme mudo, gravado em Coimbra durante as férias de Verão de 1923, pela mão de Roger Lion. Jean Murat fazia de estudante rico, representando ao lado de nomes como Maxudian, Pauline Pô, Gil Clary (como Inês de Castro), Janine Marrey e Michel Sym (estudante pobre). Diversos estudantes participaram no filme como figurantes. As tomadas de imagens decorreram na Couraça dos Apóstolos, Largo da Feira, Sé Velha, Choupal, Quinta das Lágrimas, Picadeiro da GNR e no Luso.
O filme foi estreado em Paris, no Trocadero, a 18 de Junho de 1924, coincidindo com uma actuação do Orfeon dirigido por António Joyce, com complemento de um espectáculo pelo Grupo de Artur Paredes: Artur Paredes (guitarra), António Aires de Abreu (violão), António Menano (voz), Agostinho Fontes Pereira de Melo (voz), José Roseiro Boavida (voz) e Fausto Frazão (voz).
Este filme foi também estreado em Lisboa, no Tivoli, a 12 de Janeiro de 1925.
Imagem: exemplar da colecção de José Anjos de Carvalho
Fontes: Luís de Pina, "História do Cinema Português", Mem Martins, Publicações Europa América, 1986, pág. 55 (erro de datas na pág. 55, pois as filmagens decorreram em 1923 e não em 1924); Manuel Aires Falcão Machado, "Comemoração das Bodas de Diamante do Orfeon Académico de Coimbra. 1880-1955", Coimbra, 1956, pág. 77; Francisco Pimentel, "A Fonte dos Amores. Um filme sobre Coimbra e os seus estudantes", Rua Larga, Nº 20, 8 de Dezembro de 1958, págs. 612-615; António José Soares, "Saudades de Coimbra. 1917-1933", Coimbra, 1986.
AMNunes


A. W. MOZART. Completaram-se ontem 250 anos do seu nascimento. Posted by Picasa


Partitura de Alla Turca de Mozart (1), com adaptação e arranjo de José Paulo. Posted by Picasa


Partitura de Alla Turca de Mozart (2), com adaptação e arranjo de José Paulo. Posted by Picasa


Partitura de Alla Turca de Mozart (3), com adaptação e arranjo de José Paulo. Posted by Picasa


Partitura de Alla Turca de Mozart (4), com adaptação e arranjo de José Paulo. Posted by Picasa


Partitura de Alla Turca de Mozart (5), com adaptação e arranjo de José Paulo. Posted by Picasa


Partitura de Alla Turca de Mozart (6), com adaptação e arranjo de José Paulo. Posted by Picasa


Partitura de Alla Turca de Mozart (7), com adaptação e arranjo de José Paulo. Posted by Picasa


Partitura de Alla Turca de Mozart (8), com adaptação e arranjo de José Paulo. Posted by Picasa


Partitura de Alla Turca de Mozart (9), com adaptação e arranjo de José Paulo.

Nos 250 anos de Nascimento de Mozart
Wolfgang Amadeus Mozart, músico e compositor setecencista, nasceu em Salzburgo a 27 de Janeiro de 1756 e faleceu precocemente na cidade de Viena, em 5 de Dezembro de 1791. Foi um compositor conhecido nos salões, igrejas, teatros, corais, orquestras e tunas de Coimbra, ao longo dos séculos XIX e XX. Os serenateiros e executantes de guitarra não desconheciam algumas composições deste autor emblemático, sobretudo serenatas. Em 2002, durante os trabalhos de recolha e preparação da homenagem ao guitarrista Flávio Rodrigues da Silva, José dos Santos Paulo transcreveu e harmonizou a célebre "Marcha Turca" (Alla Turca, extraída do 1º andamento da Sonata K 331, do ano de 1778, originalmente em Lá Maior), tendo então o cuidado de anotar que não se sabia que tipo de interpretação protagonizava Flávio Rodrigues. Publicamos agora on line essa transcrição, em lembrança dos 250 anos nascimento do ilustre músico austríaco.
A título de estudo comparativo, importa registar que quem gravou a "Marcha Turca" em solo de guitarra, foi o executante de guitarra activo na cidade do Porto José Joaquim Cavalheiro Júnior: 78 rpm "Marcha Turca", POLYDOR , P 48504, do ano de 1929, sendo o guitarrista acompanhado em violão por Joaquim Campos. Na outra face do referido disco, Cavalheiro executa "Danças Húngaras Nº 5".
Texto de António M Nunes

sexta-feira, janeiro 27, 2006


Sarau com Paulo de Sá Posted by Picasa
Sarau de Arte no Hotel do Furadouro, em Agosto de 1949. Paulo de Sá toca Guitarra Toeira de Coimbra, o Comandante Ângelo Rebelo da Costa, do Regimento de Cavalaria de Aveiro, assegura o violão de cordas de aço, estando a interpretação vocal a cargo de José Archer de Carvalho. Merece destaque o violão, de ilharga baixa e sonoridade potente. Deve ser uma das derradeiras fotografias de Paulo de Sá. Uma cópia desta imagem foi oferecida ao Museu Académico.
Fotografia: José Archer de Carvalho
AMNunes


Paulo de Sá Posted by Picasa
Paulo de Sá a dedilhar Guitarra Toeira de Coimbra com escala de 17 pontos numa festa de beneficiência, no salão medieval do Castelo de Santa Maria da Feira, em Setembro de 1950. Paulo de Sá participou activamente nas campanhas de angariação de fundos destinadas à reconstrução do Castelo da Feira. Estão presentes na fotografia o Comandante Ângelo Rebelo da Costa (violão aço), José Archer de Carvalho (voz) e três vozes femininas, entre elas Teresinha Cálem. Trata-se, possivelmente, da interpretação da canção "Fogaceiras", num desempenho ao estilo das "Irmãs Meireles".
Fotografia: José Archer de Carvalho
AMNunes


Grupo da AAECPorto Posted by Picasa
António Moniz Palme (g), José Archer de Carvalho (voz) e Arménio Assis e Santos.
Fotografia: José Archer de Carvalho
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Grupo da AAECPorto Posted by Picasa
José Archer de Carvalho, Napoleão Ferreira Amorim (ao meio) e Henrique Tomás da Veiga. Imagem captada em 2 de Fevereiro de 2002.
Fotografia: José Archer de Carvalho
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Grupo da AAECPorto Posted by Picasa
Actuação do Grupo da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra no Porto: António Moniz Palme (g), José Archer de Carvalho (voz), Arménio Assis e Santos (g) e Mário Araújo Ribeiro (v).
Prova de vinhos em casa de António Aparício, 1998.
Fotografia: José Archer de Carvalho
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quinta-feira, janeiro 26, 2006


Voluta da Guitarra de Mansilha Posted by Picasa
Grande plano da voluta floral entalhada da Guitarra do Porto que pertenceu ao Dr. Manuel Mansilha (oficina portuense desconhecida, década de 1890). Trata-se de uma herança da Guitarra Inglesa que transitou para a Guitarra do Porto e também para alguns modelos iniciais da Guitarra de Coimbra. São conhecidas variantes, com a flor mais alongada.
A Guitarra do Porto ainda era localmente fabricada e utilizada nas décadas de 1920 e 1930, embora com crescente tendência para o seu abandono em virtude da popularização dos tipos de Lisboa (grupos e espaços ligados à prática do Fado) e de Coimbra antigo (formações estudantis). Um dos últimos grandes tocadores locais da Guitarra do Porto, no chamado "estilo do Porto", terá sido o corretor José SÁ, guitarrista eclético, oscilando entre o Fado, as modas de salão e da rádio, as cançonetas do teatro, e repertório de Coimbra. Nos finais da década de 1920 José Sá ensinou guitarra, pelo modelo do Porto, ao jovem portuense Tomás Archer de Carvalho (1914-1994) que depois veio a ser monge da claustra de Singeverga. O referido tocador, José Sá, tinha um duo com o viola Arnaldo Correia, tendo gravado em Lisboa, no mês de Fevereiro de 1928, na editora Columbia, vários discos de instrumentais no chamado "estilo do Porto": Variações Sobre o Fado em Ré Maior, Variações em Ré Menor, Fado Martins em Ré Menor, Fado das Passagens da Vida e ainda outro cujo título não conseguimos decifrar.
Agradecimentos: José Archer de Carvalho e José Moças
AMNunes


Dr. Manuel Mansilha Posted by Picasa
Manuel Teixeira de Sampaio Mansilha, nasceu em Alijó no dia 29 de Novembro de 1875, tendo falecido em Alijó a 28 de Novembro de 1956. Aluno de Direito diplomado em 1898, com formação musical, além de bom executante de bandolim na TAUC, foi a mais importante figura da Canção de Coimbra na década de 1890. Coube a Mansilha a iniciação de Augusto Hylario na arte da guitarra. Não tendo conquistado a fama atingida por Hylario, Mansilha era em tudo superior ao viseense (só não cantava), distinguindo-se como compositor de inúmeras peças (quase todas perdidas ou entradas anónimas no repertório da CC) e como concertista de guitarra em afinação natural. Deu incontáveis serenatas nas ruas de Coimbra e não houve acto de variedades da TAUC que não abrilhantasse com a sua guitarra um pouco por todo o país.
Formado em 1898, peregrinou por Angola e Macau até se radicar na terra natal onde continuou a tocar guitarra quase até falecer. No 1º quartel do século XX Mansilha ainda era muito recordado como o grande divo das guitarradas em afinação natural "que faziam chorar as pedras da calçada". Com a afirmação de Artur Paredes na década de 1920, velhos guitarristas como João Duarte de Oliveira, Francisco Menano, João de Deus Filho e Borges de Sousa, não hesitavam em afirmar que o Paredes até poderia ser muito revolucionário mas "Mansilha havia só um." De Mansilha se conhecem umas Variações de Coimbra em Lá Maior, gravadas por Borges de Sousa, e a Balada da Despedida do 5º Ano Jurídico de 1898, com letra do seu amigo Gonçalves Cerejeira (Corações novos, almas em flor), cuja capa traz Mansilha erecto a dedilhar violão. Armando Simões refere muito um célebre "Fado Mansilha" em Mi menor cujo rasto parece perdido.
Fotografia: Dr. Manuel Francisco Fernandes de Mansilha
AMNunes

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