sexta-feira, maio 20, 2005


Feliciano Guimarães, guitarrista.
Actualmente é Médico Interno Complementar de
Pedopsiquiatria no Hospital de Crianças Maria Pia (Porto). Posted by Hello

Feliciano Guimarães - Keyboards, Portuguese Guitar, VoiceHe was born at 1977/1/5 in Guimarães, Portugal; starts making music with 15 years old with Spectrum 128K and begins learning, by himself, Portuguese Guitar. With 18 years old, now using a PC with a soundboard, starts learning how MIDI and Sound Tracking worked. By that time “Just Someone” project starts appearing in the horizon of his mind. In 1995 enters the group “Grupo de Fados de Medicina” (http://fadosmed.iuma.com), as Portuguese Guitar player and Composer. In 1996, with enough electronic music, “Just Someone” project was ready to fly, public promotion started. Also in 1996 enters to the band: “Cio Soon”, as a musical programmer and computer man (in shows). He left this band in 1997. Feliciano also works and researches in the field of Visual Arts and Photography (and their computer manipulation). He is a Child and Adolescent Psyquiatry doctor in Oporto city. (Texto do site)

Há tempos encontrei, na internet, um interessante “Estudo em Ré menor” de Feliciano Guimarães. Descubro este nome, depois, no Grupo de Fados de Medicina, do Porto. Entrei em contacto com ele e aqui vai parte da transcrição do que me mandou por correio electrónico:

«Eu fiz parte da formação do grupo já há alguns anos. A guitarra portuguesa veio do meu pai, tendo-lha tirado, já que eu era canhoto. Portanto, ou tocava um ou outro. A entrada na faculdade, aumentou o interesse na guitarra e fado de Coimbra. Tendo aperfeiçoado a técnica com 1 ano de aulas, pelo caríssimo Paulo Soares que na altura ainda dava aulas na Maia/Porto. Tentei compor. Sonhava com inovação, originalidade, progressões harmónicas complicadas... Fico muito feliz que tenha apreciado as "variações sobre a tradição" e o "estudo em ré menor". Sem dúvida que há um enorme prazer narcísico em ver a vida da obra. Ou seja, outros a perpetuarem essas melodias procriadas. O fado "Nosso Amor" também é da minha autoria, tendo um colega meu, médico (agora em Neurologia) escrito o poema. Tinha mais 2 fados compostos que não foram muito implementados ... um fado de despedida (que foi pena não ser cantado a sério...). O grupo foi mudando e infelizmente, o "complexo de édipo", fez algum efeito, tendo levado à não gravação de temas originais meus nesse CD (que diga-se, está muito interessante). »


Antigos Orfeonistas em Aveiro, no Teatro Aveirense, a cantar a ópera "O Barbeiro de Sevilha". Vêem-se Adelino Fonseca, Nuno Salgado, Daniel Campos e João Mexia, dos Antigos Orfeonistas.
Foto enviada por José Paracana.Posted by Hello


"Método de Guitarra Portuguesa", de Paulo Soares. Este método já foi aqui referido num "Post" do dia 14 de Março. Repete-se agora para inserir os comentários nele incorporados que, na altura, não tinha ao meu dispor. Nos "Posts" seguintes estão, pois, os textos pela mesma ordem em que se encontram no Método. Posted by Hello

A revolução do método e a perturbação das certezas

(reflexões sobre um trabalho GENEROSO)*

Por Armando Luís de Carvalho Homem **

Não será por certo um exagero afirmar que a edição do Método de Guitarra Portuguesa de Paulo Jorge Soares representa um ponto de não-retorno na didáctica do instrumento; e, consequentemente, nas condições culturais da execução do mesmo e da criação de temas nele executandos.
Talvez seja hoje relativamente pacífico designar o género musical Fado de Coimbra (ou, se preferirmos, e com mais rigor, Guitarra e Canto de Coimbra) como «folclore urbano»; e até aqui tudo bem. 'Reino', portanto, prosseguirão alguns, da transmissão oral, do 'amadorismo', da não-'codificação' de 'normas', da simplicidade dos processos de execução (presumida consequência da 'imaturidade' musical, cultural e pessoal dos «vinte anos»), etc., etc. E eis que, chegados que somos a este ponto, o 'cenário' já mudou: singular concepção agora do que seja folclore… Duvido que um antropólogo a assuma como sua. No fundo, um género musical como o que está em questão pressuporá necessariamente o tocar-se «de ouvido» ? Como funcionavam tradicionalmente as tunas, estudantis ou não ? (E eu saliento o tradicionalmente para me demarcar das discutíveis 'aculturações' da música estudantil espanhola que entre nós têm pululado nos últimos anos). Um estudante fica 'proibido' de continuar a criar musicalmente quando deixa de o ser? Ou quando entra na casa dos 30? Ou quando, porventura, evolui musical/culturalmente? Não representarão algumas concepções 'folcloristas' mais uma das manifestações da incapacidade de conceber o Canto e a Guitarra de Coimbra noutros moldes que não os da sua prática nos tempos (áureos?) das décadas de 20 e de 30 do nosso século?
Tomemos o problema da transmissão inter-geracional do reportório guitarrístico. Oralidade? Sim, e durante muito tempo até predominantemente. Mas de forma alguma exclusivamente. Do mesmo modo que não é a rua, o ar livre, a condição «sine qua non» do Canto e da Guitarra de (e em) Coimbra. Lembremos, em pleno século XIX, as récitas e saraus de fim de ano lectivo (de bastos traços, por exemplo, no In Illo Tempore). A Biblioteca-Geral da Universidade conserva um volumoso espólio de partituras de peças aí executadas, incluindo temas para guitarra. (Há 15 anos, um estudioso como Francisco Faria (1) e um executante como Jorge Gomes conheciam já esse espólio; para quando o seu estudo sistemático ?). Por alguma razão um Hermínio Menino gosta de insistir na circunstância de o género que é o nosso possuir (também) características de ópera académica. A rua e a oralidade, portanto e sem dúvida. Mas não só. Também o salão, o palco e (eventualmente) a partitura.
No nosso século, os registos discográficos poderão ter representado alguma coisa na aprendizagem dos jovens executantes. Mas, e durante muito tempo, o seu papel será forçosamente limitado. Aliás, seria interessante indagar até quando um gira-discos ou um gravador de fita terão sido, entre nós, «sinais exteriores de riqueza» avant-la-lettre… Por tudo isto, durante longas décadas a aprendizagem guitarrística terá sido algo 'sem rei nem roque' (nem método, por maioria de razão): um familiar mais idoso ou um colega mais velho que ensina 'as primeiras letras' do instrumento, a eventual observação de algum executante consagrado (neste caso já não será propriamente aprender 'de ouvido', mas antes 'à vista desarmada'), a intra-aprendizagem (quando não intra-emulação) no seio de um grupo instrumental, a pontual audição de algum registo gravado, etc., etc. Tudo, no fundo, precário e descontínuo. Tentativas de 'criar escola', de didacticizar o instrumento, não terão estado de todo ausentes, é certo (para alguns guitarristas poderia ser mesmo uma forma de aumentar a magra mesada estudantil); mas também não terão sido por demais numerosas. De algumas, inclusivamente, nos ficou memória:

— Flávio Rodrigues, o inspirado barbeiro-guitarrista, chegou a ensinar a sua arte maior;
— em múltiplas passagens da Conta-Corrente, Vergílio Ferreira, para além de evocar a sua própria experiência de guitarrista e de violinista da Tuna Académica, refere um executante de guitarra de geração anterior à sua, ao tempo já finalista ou recém-formado em Medicina, que chegou a dar-lhe algumas lições (2);
— os anos 50 e 60 conheceram a prática didáctica de António Portugal (na circunstância «Portugal dos pequenitos», segundo expressão que fez época), e da sua 'Escola' saíram nomes como Eduardo de Melo, Manuel Borralho ou Francisco Martins (e isto para só citar alguns dos seus mais assíduos colaboradores em gravações);
— mas somente a partir dos anos 70, e pela mão de um Jorge Gomes ou de um Fernando Monteiro, se terá verdadeiramente assistido a experiências didácticas continuadas (e realce-se o pioneirismo da Escola do Chiado).

Ou seja: Uma situação como a hoje vigente, compreendendo a existência de uma Secção de Fado (com múltiplas classes escolares) na Associação Académica, bem como o ensino da guitarra nalguns dos Organismos Autónomos (Tuna Académica, Coro Misto), era a bem dizer impensável há 25/30 anos atrás. Gerações e gerações de guitarristas ter-se-ão formado, como tal, pura e simplesmente na 'Escola dos self-made men', ouvindo aqui, olhando ali, 'cheirando' além, pontualmente recebendo de algum Mestre de circunstância (3), etc.
Em tais condições, torna-se quase pleonástico realçar a precaridade das fontes - entendendo aqui o conceito no seu mais amplo sentido, o de criação cultural de uma época susceptível de facultar o conhecimento dessa época por outras (subsequentes, como é óbvio) (4) - e a escassa fidedignidade de que em muitos casos se revestiu a transmissão do reportório guitarrístico. É evidente que nada disto é propiciador da salubridade vivencial de uma micro-sociedade como a Academia de Coimbra: o esconder do que se sabe, o ocultar de registos que se possuam, a transmissão defeituosa de ensinamentos, as rivalidades por vezes doentias entre grupos e/ou executantes, tudo isto (naturalmente agravado a partir do momento em que o amadorismo puro e duro 'passou à História' e os grupos começaram a cobrar cachet) terá sido de molde a tornar o ambiente, em múltiplas circunstâncias, bom para cortar à faca.
Assim, pelo que poderá representar de ponto de partida para uma alteração de comportamentos, não tenho qualquer dúvida em qualificar o presente trabalho de revolucionário e generoso. Paulo J. Soares partilha o que sabe, nisso seguindo claramente a lição de um dos guitarristas que considera seus Mestres, concretamente Octávio Sérgio: partilha com os alunos; partilha com executantes mais avançados, quiçá consagrados; partilha com todo e qualquer interessado no universo musical coimbrão, executante ou não de guitarra; partilha, finalmente, com estudiosos e melómanos em geral, e estes talvez venham a achar na guitarra e nos seus temas uma até agora insuspeitada fonte de interesse.
Superando, por outro lado, uma didáctica do pouco-mais-ou-menos, Paulo J. Soares é rigoroso: nos preceitos didácticos; na indicação da cronologia de criação dos temas que seleccionou; na identificação das fontes, sejam elas registos discográficos, sejam, eventualmente, versões revistas e/ou corrigidas pelos próprios autores das peças; sem exagero, Paulo J. Soares pratica o equivalente à clássica nota de rodapé da erudição universitária; o que até nem está mal, atendendo à geografia e à sociologia do instrumento.
Não se depreenda de quanto venho dizendo uma adesão a concepções puristas da guitarra de Coimbra, estilo dar exactamente as mesmas notas que o (por hipótese) Paredes, e 'armar um drama' quando problemático se torne saber se a nota X era originalmente dada «para dentro» ou «para fora». Só que uma execução de cunho pessoal exige o conhecimento de uma fonte, se não primária, pelo menos o mais próxima desse OMEGA que possível for. Exemplificando com 2 temas celebrizados por Artur Paredes: considero geniais as reinterpretações da Rapsódia de Canções, do próprio A. Paredes (por Jorge Tuna/Jorge Godinho/D. Moreirinhas) e dos Bailados do Minho, de Antero da Veiga (quer a versão A. P. Brojo/A. Portugal/R. Pato, anos 60 - em EP que inclui também as Variações em Lá menor de Jorge Morais (Xabregas), a Marcha em Fá de Artur Paredes e a Valsa em Sol de Flávio Rodrigues -, quer a versão Ernesto de Melo/António Andias/D. Moreirinhas, também anos 60 - em EP que inclui ainda a Valsa em Fá de Flávio Rodrigues, a Chula (arr. A. Portugal) e Morena de A. Paredes. Só que essas reinterpretações, para além da genialidade dos protagonistas, pressupõem o conhecimento da criação e/ou de toda uma tradição interpretativa subsequente. Arqueologia? Sim, segundo o conceito de M. Foucault. Não, se com isso quisermos significar a obsessiva fixação em desinteressantes antiqualhas; mas não se afigura este o caminho do Autor do presente Método.
Dito isto, só me resta acrescentar que a Obra de que ora sai o 1º volume bem merecerá a cuidada atenção de diferenciados públicos:
a) Os jovens estudiosos da guitarra antes de mais, eles que são o primeiro e essencial horizonte de expectativas do Autor.
b) Guitarristas mais experientes, mesmo que veteranos: terão aqui uma oportunidade inédita de confrontar um saber empírico com um saber metódico.
c) Interessados na «galáxia sonora» coimbrã, ou, mais genericamente, no universo das Tradições Académicas.
d) Finalmente (the last but not the least), este Método de modo algum deverá deixar de ser atentamente percorrido pelos Velhos do Restelo, comadreiros e fofoqueiros de todos os tempos, lugares e situações: acharão aqui matéria de sobejo para exercitar as suas zelosas línguas-de-prata! Mas com esses pode bem o Jójó. E eu também.

N O T A S

* A presente nótula pressupõe, da parte do seu autor, um posicionamento de certo modo dúplice relativamente ao universo estético-cultural tido em conta. Expliquemo-nos: filho que sou de Armando de Carvalho Homem (1923-1991), posso dizer que nasci e cresci a ouvir tocar guitarra; e desde os 13 anos que sou executante de viola de acompanhamento. Mas a minha participação pessoal em grupos acaba por ser não só temporalmente limitada, como descontínua: 1 ano, apenas, de passagem por Coimbra (1967/68), alguns anos de pertença ao Orfeão Universitário do Porto (1968/73); em momentos diversos, a colaboração e o convívio com guitarristas ou violas como, além de meu Pai, Octávio Sérgio, Manuel Antunes Guimarães ou Paulo Alão (sem esquecer os portuenses Alexandre Brandão, Mário Freitas, António Cunha Pereira ou Carlos Teixeira); e sem esquecer também uma atenção permanente a tudo quanto sejam registos discográficos ou fonográficos, ou a transmissões radiofónicas ou televisivas. O que isto possa comportar de enriquecimento em termos de intelecção é contrabalançado pela inevitável limitação vivencial, até porque há cerca de 8 anos que me encontro afastado de qualquer actividade musical regular. É pois a esta dupla luz que as linhas que se seguem deverão ser lidas, linhas saídas que são da pena de alguém ligado à galáxia musical coimbrã desde a mais remota infância, mas ao mesmo tempo crendo-se capaz de a encarar numa perspectiva distanciada que uma vivência mais longa e contínua forçosamente inviabilizaria.

** Professor de História Medieval da Faculdade de Letras da Universidade do Porto; professor convidado da Universidade Autónoma de Lisboa. Executante de viola de acompanhamento.

(1) Cf., de sua autoria, Fado de Coimbra ou Serenata Coimbrã ?, Coimbra, Comissão Municipal de Turismo, 1980. Cf. também Vera Lúcia Vouga, «Na Galáxia Sonora: Sobre o Fado de Coimbra», in Miscelânea de Estudos Lingüísticos, Filológicos e Literários in Memoriam Celso Cunha, ed. Cilene da Cunha Pereira e Paulo Roberto Dias Pereira, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1995, pp. 751-62, e a bibliografia aí citada (também publ. em Revista da Faculdade de Letras (da Universidade do Porto). Línguas e Literaturas, II sér., VIII (1991), pp. 47-62).
(2) Pela cronologia poderá tratar-se de Abílio Moura. Armando de Carvalho Homem conheceu-o em meados dos anos 40, como médico interno dos Hospitais da Universidade. Era um bom executante de peças de Artur Paredes.
(3) Note-se que a muitos executantes nunca passou (nem passa) pela cabeça partilhar o seu saber (ou, em não poucos casos, aquilo que julgam saber). E não faltaram já também os intencionais transmissores de lapsos ou inexactidões; para depois poderem 'cortar na casaca', como é evidente.
(4) Os leitores do presente texto relevar-me-ão aqui a deformação profissional.

Vitória sobre os medos

Por Jorge Gomes *

Quando, em Maio de 1978, nos lançámos no propósito de dar continuidade oficial ao trabalho do ensino da guitarra coimbrã, estava instalada em Coimbra a demolidora guerrilha cultural que dominou o espaço português.
O “Neo-baladeirismo” imposto, para além de constituir uma resistência ao trabalho sério, conseguia, com o véu do medo, estrangular a livre criação musical, pela limitação e exclusão de modelos e meios pré-existentes. Tentava-se, deste modo, criar o vazio dos parcos meios e critérios didácticos, que tinham acompanhado o percurso musical de uma cidade, traduzidos na versão oral mais popular de gerações de futricas e estudantes.
A cultura musical coimbrã, na sua vertente instrumental guitarrística, encontrava-se numa situação profundamente desarrumada e confusa. O amontoado de peças que, ao longo de quase um século se foi transmitindo e reproduzindo em Coimbra e no país, originou um vasto e penoso trabalho de investigação e identificação de peças, técnicas de execução e fundamentalmente na descoberta de um método de aplicação polivalente que resolvesse as dificuldades do ensino e execução de um instrumento tão pouco estudado por alguns.
É este trabalho, que dura há 18 anos, não individual, mas colectivo, de uma escola anónima que tem durado, aberta e sem donos, que tem feito em cada discente um investigador e um cultor, aberto à difusão de um conhecimento crítico e abalizado, que agora dá o fruto mais desejado, pela mão de um dos seus intervenientes.
Da sua mão saíu um método capaz de vencer e colmatar as dificuldades e os pontos negros do ensino da guitarra.
O seu autor, peça dessa geração atrevida e crítica, colocou generosamente ao alcance de todos, os meios de valorização da aprendizagem da guitarra, pousando uma pedra sobre quem sonega o seu conhecimento ou dele se quer apropriar, indevidamente.

* Instrumentista popular (guitarra portuguesa)

Um contributo inédito para a valorização da guitarra de Coimbra

ANTÓNIO DE PINHO BROJO*

Numa retrospectiva do que foi o meu percurso como cultor e executante da guitarra de Coimbra, claramente o identifico com as dificuldades e limitações sentidas por todos aqueles jovens que, envolvidos no ambiente académico de há 50 anos, eram atraídos pelas suas tradições musicais e desejavam ser delas intérpretes e protagonistas. De facto, não era nada fácil entrar nos meios fadísticos da Academia e neles atingir numa visibilidade artística indutora de vivências culturais mais ricas, dentro e fora do País, ou, pelo menos, propiciadora de previlégios praxísticos...
Se é certo que a condição de cantor estava, à partida, limitada aos detentores de uma boa voz, de um bom ouvido e uma particular sensibilidade musical, não é menos verdade que se tornava relativamente simples e rápido o seu acesso às tertúlias do fado, o qual, muito frequentemente, incluia a sua integração no Orfeão Académico.
A situação era, porém, bem outra para os candidatos a guitarristas, em que a indispensável fase de aprendizagem era muito mais árdua e prolongada, exigindo mais do que dotes naturais de sensibilidade e de ouvido musical.
Não existindo, então, qualquer Escola de formação metodológica na área da guitarra portuguesa, os candidatos a guitarristas eram forçados a um trabalho empírico e de autodidactismo que passava, em regra, pela aproximação a executantes já consagrados, ou, pelo menos, com alguma experiência, e com a generosidade bastante para ensinar as primeiras letras, e por uma assídua presença nas serenatas tradicionais e em saraus dos organismos académicos, em que fosse possível ver e ouvir os intérpretes mais conceituados.
A estas fontes de aprendizado associava–se, ainda, a audição persistente de registos discográficos e de simples gravações, cuja descodificação nem sempre garantia a fidelidade musical do material recolhido.
Adquirida, deste modo, alguma desenvoltura de execução, uma outra exigência se impunha para que o jovem guitarrista entrasse nos meios fadísticos: a sua integração num grupo já consagrado, em regra como 2ª guitarra e quase sempre para substituir um instrumentista que se afastava para constituir, ele próprio, um novo grupo em que se assumia como solista.
Este foi, sem dúvida, o percurso dos guitarristas da minha geração académica e, atrevo–me a afirmá–lo, de todos os que se lhe seguiram até há cerca de 20 anos, quando, na sequência dos "Seminários do Fado " que decorreram nos finais da década de 70, foi criada a Escola do Chiado e, algum tempo depois, a Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra, surgindo, finalmente, um espaço de ensino metodológico, instrumental, que tem contribuido para a formação de sucessivas gerações de executantes e para a constituição de um número significativo de grupos de guitarras.
É neste contexto que se reveste de importância fundamental o "MÉTODO DE GUITARRAS " de Paulo Jorge Soares (Jójó), ele próprio um guitarrista de caixa alta e de corpo inteiro, tanto pelas mãos como pela alma !
Como corolário da sua notável acção não apenas com intérprete e criador de música de guitarra mas também como mestre e formador de novos executantes, Paulo Jorge Soares apresenta–nos, nesta obra, um rigoroso trabalho de cientificação musical que, para além de constituir um precioso manual de referência e consulta para os estudiosos da guitarra, interessa a um público muito mais vasto e contribui, de forma inédita e decisiva, para uma cada vez maior valorização da guitarra de Coimbra, enquanto instrumento de solo a caminho de um estatuto comparável ao da guitarra clássica.

(*) – Presidente do Conselho Social da Universidade de Coimbra
– Professor Catedrático da Faculdade de Farmácia


Amanhecer de um método- Nova luz para a guitarra portuguesa

Por José Miguel Batista
*

Tem sido tradição na Academia de Coimbra, em matérias que à Canção Coimbrã concernem, a transmissão oral de conhecimentos musicais, dos mais velhos e experientes aos mais novos e candidatos a cultores do Fado nas suas várias vertentes - cantado ou "apenas" tocado, em suas guitarras e violas. Assim se foram perpetuando conhecimentos ao longo dos tempos e por essa forma, digamos, artesanal, possibilitando aos jovens aprendizes desse "feitiço" que são o Fado e a Guitarra da urbe mondeguina, tornarem-se nos novos artistas e veiculadores duma arte que é única - de tal sorte transitando e perpetuando-os em seu caminho, de geração em geração.
E, se no plano vocal havia uma ou outra "escola", mormente através de grupos corais que na Academia pontificavam (maxime o Orfeon Académico, centenário e relevante, com peso inquestionável ou mesmo insubstituível neste domínio - alfobre de cantores, foram nele solistas e, daí, "chamados à Canção Coimbrã", nomes como Luiz Goes, Machado Soares, Fernando Rolim e José Afonso, entre muitos outros - regra cuja excepção, dentre os cantores ditos de maior nomeada e aqui evocados, terá sido, quàsi tão só, Adriano Correia de Oliveira) já no caso da Guitarra, quiçá porque de mais difícil execução e menos comum aprendizagem do que o referido canto - e a própria (sua irmã instrumental) viola - o testemunho era por via de regra passado "de viva voz", ou melhor (e, aqui, literalmente...) "dedo a dedo" - formando-se, quase exclusivamente por esta forma, os novos tocadores.
E era pois, assim: a vivência musical num amadorismo que, pode dizer-se, nem por ser servido, a mòr das vezes, por excelentes intérpretes e/ou criadores (e quantos houve, muito bons, e ainda há) o deixava de ser - amadorismo- na mais lídima e verdadeira acepção da palavra.

Excepções haveria, houve - decerto (e apenas a guitarristas me refiro, que não a instrumentistas de viola - ...é sobre os primeiros o "tema" aqui versado): Eduardo Melo e seu irmão Ernesto, Octávio Sérgio, António Andias, Hermínio Menino e Francisco Martins, mais recentemente Álvaro Aroso, possuidores de conhecimentos musicais já bem elaborados (alguns, mesmo, muito bem elaborados - o "caso" de Eduardo Melo é quiçà o mais paradigmático dos anos 60 de entre seus pares, conhecedores, diría músicos "avant, pendant et après la lettre" - "on y soit"...- e perdoem-se-me os galicismos) são exemplos de quem, na concepção e na interpretação da Guitarra de Coimbra, vão já muito além do "ofício artesanal" que porventura a outros não é outorgável - sendo-lhes permitido, por exemplo, se e quando e sempre que necessário, o ensino e aprendizagem (para si próprios, ou de si próprios para outrem) por pauta, i.e., leitura musical. E, aqui, enquanto tunos por exemplo, que também foram (da Tuna Académica- "irmã quase gémea" do Orfeon no peso específico que representam estes dois Organismos relativamente à música coimbrã de tantas gerações) podiam ser úteis, ou úteis mais rapidamente, porventura, do que outros, musicalmente menos "apetrechados", pela leitura e na interpretação, em benefício das "performances" individuais ou dos conjuntos onde se integrassem... (é outra verdade - que nem por menos conhecida, "histórica", ou se calhar por isso mesmo, deve deixar de assinalar-se).
Conhecimento(s), pois - virtude(s) nunca a desprezar !
Mas... foram a excepção (decerto com outros) - não a regra até "à data", até há "bem" pouco tempo, ainda - era outro o tempo, era outra também (pelo menos neste domínio específico) a cultura - musical vera.

Ora, no dealbar do milénio que se avizinha, duas coisas importa considerar: que a aprendizagem musical, seja instrumental seja de qualquer outra área artística com ela relacionada, pese embora a possibilidade de se continuarem a veicular conhecimentos por via tradicional, não deverá, em nome duma modernidade que vive o seu tempo próprio, confinar-se a esse tipo de "escola"; por outro lado, é mister que os novos conhecimentos sejam ministrados por forma e por quem, pelo seu talento, experiência e saberes (teórico e prático) não se cinjam mais e tão somente a um "amadorismo talentoso", antes se edifiquem e articulem em bases mais... científicas - tão certo ser a Música (logo a de Coimbra outrossim) Ciência e Arte a um tempo!

Num contexto como este, é de grande actualidade e indiscutível interesse a iniciativa que Paulo Soares - um dos mais brilhantes e eficazes (quem o conhece, sabe que assim é) intérpretes da sua geração - leva a efeito, a saber, a elaboração/criação/"dar à luz" dum Método de Guitarra - qual (como que) Escola onde, precisamente, os novos cultores possam ir beber, em bases certas, os conhecimentos que sirvam de forma segura os seus interesses e os da sua Música - seja como intérpretes ou promitentes criadores!
Método/Escola do seu tempo e para o seu tempo (e o de vindouros), pioneira e necessária, actual e quod futurum - a obra a que o Professor Paulo Soares mete ombros, num empenho e determinação que se aplaudem, assegurada a priori a sua actuante e indiscutível utilidade. Tratando-se aliás, no seu caso, de escolha consciente e maduramente pensada - resposta a apelo que a Arte dos Sons lhe dirige em opção que contrapõe a um passo apenas de licenciatura universitária em Engenharia - mais são de aplaudir, nesse contexto, as suas escolha e decisão, e augurar os exitos que este novo rumo (carreira como docente e artista a um tempo) lhe suscitará. Acrescendo ser A GUITARRA (a de Coimbra sobretudo?) um instrumento cuja especificidade não choca com a sua igualmente patente universalidade, eis um motivo mais de vero aplauso, a justificar o acerto do rumo, a pretender e reiterar os melhores augúrios para este jovem mas já experiente intérprete, amigo e mestre - Paulo Soares.
E, assim, que mais "querer"?
Que o novo (e pedagógico) MODELO possa fazer juz ao que se propõe: guia e cadinho de continuadores, tentativa de descoberta ou molde certo para jovens valores - eis os nossos votos. Que ao mérito e visão do seu autor se somem, a bem da MÚSICA sensu latu e em particular da que de COIMBRA emana, os novos talentos e seus êxitos futuros.
Como se quer - e assim se crê!

Nota (indissoluvelmente ligada ao texto supra):
José Miguel Baptista: médico/obstetra (o canto e a vida - criatividades cultivadas, verdades vividas); foi membro efectivo, enquanto estudante da Universidade de Coimbra, do Orfeon Académico, seu ensaiador de naipe, solista, cantor de grupo de Fados (com Raposo Marques e Joel Canhão - maestros); Tuna Académica, cantor/solista com orquestra (convite/sugestão de Tobias Cardoso) e da Canção Coimbrã; Coro do Conservatório e, mais tarde, Choral Poliphonico de Coimbra (com José Firmino); co-fundador da Associação dos Antigos Orfeonistas (sigla AAOO) tem aí mantido funções similares às prè-citadas, coralista-ensaiador-solista-grupo de Fados (de novo com Joel Canhão, depois Francisco Faria, actualmente com Augusto Mesquita). Ligado a um dos movimentos renovadores da Canção Coimbrã dos anos 60, com Eduardo e Ernesto de Melo, A. Andias e Durval Moreirinhas - "Quarteto de Coimbra"- (mormente pela concretização de novas linhas harmónicas após a 2ª "década de oiro" - anos 50 - e, então - anos 60 - a par da chamada canção social/de intervenção - Portugal, Brojo, Afonso, Adriano, Bernardino), integra, desde 1974, a "Tertúlia do Fado de Coimbra" - sendo instrumentistas Álvaro e Eduardo Aroso, J. Carlos Teixeira, Mário J. Castro e José Paulo. No Grupo de Fados actual dos Antigos Orfeonistas tem por privilégio a companhia instrumental de Octávio Sérgio, e bem assim de Manuel Mora, Carlos Caiado e Custódio Moreirinhas. Privou e admira o próprio Paulo Soares desde viagem com os mesmos AAOO ao Brasil, 1990 - conquanto suas virtualidade e amizade fossem já por si previamente intuidas...
É pois nessa qualidade - com todos os seus companheiros, os que nomeia e a quem, por impossibilidade formal presente, aqui não cita - como agente/representante artístico da sua Academia, Cidade e País, que, "cantando", tem ajudado a "espalhar por toda a parte" a Música, coral e instrumental clássica (ou assim denominada) e a que, em Tradição e Cultura, mais representativa se eleva e é evocadora das raízes - o Fado e a Guitarra de Coimbra (quatro décadas, quatro continentes - excepção é, até ver, a antípoda Oceania... - cerca de 30 países, um milhar, ou mais além, de espectáculos, concertos e serenatas, ao vivo e/ou radiofónicos/televisivos) são acervo de memória, em permanência gratificante. Permite-se evocar, a este título, duas ou três "imagens" que releva: serenata em Veneza (indelevelmente marcada, tocante sensibilidade intemporal), 1ª viagem com o Orfeon Académico aos EUA em 1962 (37 espectáculos, 50 dias, culminados no "Lincoln Center" em Nova York. - numa época em que "isso era impossível" - na quantidade e qualidade assinaláveis), EXPO 70 no Japão (com Carlos Paredes, Amália Rodrigues, Ouro Negro e não só...), concertos no Vaticano e ONU... Marcante outrossim (a par de restante discografia que deixou com a maioria dos grupos e Organismos a que foi chamado a colaborar - excepção à sua época estudantil: a Tuna Académica...) a última gravação, com os AAOO: CD "Em Cantos", Junho 95, gravado (solos) nos celebrados "Abbey Road Studios", com a (também "impossível”-!?-) Orquestra Filarmónica de Londres - um espelho mais da universalidade da Canção Coimbrã, manancial poético e melódico que se renova.... E se tanto (ou tal) aqui fica referenciado, se deve tão sòmente a que "a viagem" (Representatividade, Arte, Vida) não é jamais de "um" (ou de alguém) "só" - abarcando tal "jornada" todos quantos, mais ou menos, melhor ou pontualmente menos bem, estão unidos na Construcção desta Arte que os sobreleva - e que ousam servir...E se já chegara a vez, e chega agora a nova via - eis porque a PAULO SOARES, tais testemumhos, aqui e assim deixados, jamais sonegaria...
Aí estão!
Amanhece - de novo - em Coimbra!

Um método oportuno

Por Augusto Mesquita *

O autor deste Método de Guitarra Portuguesa é um excelente executante. Envolveu-se de tal forma, que se entregou, quase em exclusivo, ao estudo, ao ensino e à divulgação da Guitarra Portuguesa. Ultrapassou agora o “tocar muito” e o “saber ensinar”: elaborou e edita agora este Método, suprindo lacuna lamentável, completando um ciclo e abrindo caminho a uma estrutura pedagógica.
É que a aprendizagem de um instrumento necessita, como é óbvio, de um manual que apoie, incentive, tire dúvidas, abra caminhos, desperte interesse e curiosidade. Claro que com requisitos vários de ordem técnica e pedagógica. E é o que acontece neste caso: página a página, gradualmente, até o “amador” pode descobrir como tocar, como progredir, como descobrir novos temas, exercícios, etc. Quem optar por um estudo mais profundo, também o poderá utilizar. A “nossa” Guitarra tem agora este precioso combustível que espero faça muitos e bons executantes.
Este Método pode ser utilizado por quem domina a leitura musical e também por quem não a conhece. O que permite que seja acessível àqueles para quem as pautas são “cifras” intransponíveis, alargando assim o campo musical a muitos mais futuros guitarristas, a muita mais música em Guitarra Portuguesa, que já deveria ser disciplina nos nossos Conservatórios.
Sempre que se trabalha no que é “nosso” e se defende assim a Música, não posso deixar de aplaudir com entusiasmo. E, a bem do ensino, da cultura e da arte, aprovar, recomendar e felicitar o autor por este trabalho.
É para isso que poderão servir estas linhas.

* Presidente da Comissão Instaladora do Conservatório de Música de Coimbra. Director Artístico do Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra.

Boas novas da guitarra portuguesa

Por Luís Filipe Penedo *

O aparecimento de uma edição com um Método de Guitarra Portuguesa, aos tantos anos, mais de 40, sobre um trabalho de objectivo similar, é já motivo de referência elogiosa e de alegria para todos aqueles que adoram tocar ou simplesmente ouvir a Guitarra Portuguesa.
Acresce que este Método do Paulo Soares está estruturado sobre uma vivência de ensino e de execução instrumental do seu autor que, de forma clara, transparece da sua leitura e constitui um valor adicional para quem nele se inicia.
De uma clareza, precisão e rigor exemplares, percorre os aspectos tradicionais com respeito, avançando para as técnicas que só hoje são possíveis pela contribuição genial de Carlos Paredes onde, sem concessões, a Qualidade é a nota fundamental.
É uma Guitarra de Coimbra totalmente emancipada da sua irmã de Lisboa que se apresenta e se afirma. Trata–se do primeiro Método para Guitarra de Coimbra que me é dado conhecer.
A junção e complementaridade das explicações com as pautas musicais, conseguida sem desprimor para a tradição de passagem pelo bem ouvir e pelo bem observar os executantes mais avançados, é uma tarefa totalmente conseguida. Traz também consigo, para o futuro, a documentação de peças indispensáveis em qualquer repertório de executante de Guitarra de Coimbra, com as reservas de liberdade da música popular, viva e permanentemente recriável.
Este método, cuja realização gráfica está ao nível do seu conteúdo, era necessário, indispensável mesmo, para corresponder ao trabalho de mais de 70 anos de executantes na arte da Guitarra de Coimbra e é ferramenta de privilégio para todos os que queiram aprender, aperfeiçoar ou ensinar a Guitarra de Coimbra.
Parabéns para o Paulo Soares pela sua dedicação e pela obra original e excepcional que nos lega, tão bem conseguida. Assim se dignifica a Guitarra de Coimbra e a Guitarra Portuguesa em geral. E, note–se, que se trata, evidentemente, de uma ferramenta de trabalho e não de uma obra para coleccionar.
O desafio está lançado agora, sobretudo aos jovens iniciados mas para todos nós, para compreender e aderir à arte deste instrumento musical de excepção, de raízes tão genuinamente portuguesas e matéria para a nossa identidade cultural.
E esperemos que este trabalho seja exemplo para outros e crie os seus seguidores, pois assim se constrói o futuro positivo da Guitarra Portuguesa.

* Presidente da Academia da Guitarra Portuguesa e do Fado. Executante de guitarra portuguesa.

O Autor e a Obra

Haveria obra sem este autor?
Por Carlos Costa
*

Este Método de Guitarra Portuguesa que agora nos é dado a conhecer, sendo um pequeno passo para o autor, será, com toda a certeza, um grande passo para o estudo e desenvolvimento da Guitarra Portuguesa.
Com efeito, sendo a guitarra portuguesa o instrumento musical que melhor exprime o sentir mais profundo do povo português, verificamos que, em todos estes anos, nada ainda havia sido escrito, nem sistematizado, sobre a sua vertente de raiz coimbrã. Na verdade, o seu ensino puramente oral nunca teve compositores ou intérpretes que se lhe tenham dedicado com total exclusividade.
Do universo dos guitarristas existentes na actualidade, o Jójó é o único professor de guitarra de Coimbra a tempo inteiro que alguma vez terá existido. Estudou praticamente toda a obra existente para guitarra de Coimbra, nomeadamente a obra dos Paredes, paradigma que são do género, tendo-lhe adicionado os inegáveis conhecimentos musicais que possui. Deste modo, só ele nos poderia dar a conhecer um trabalho deste género.
Além disso, o Jójó é também um virtuoso e destacado intérprete da guitarra portuguesa que, em termos de técnica e de sonoridade, rapidamente começou a ganhar o respeito tanto dos amantes do género como dos ouvintes em geral.
Por outro lado, enquanto acompanhador de fado de Coimbra, nomeadamente como elemento do grupo Praxis Nova, sempre procurou dar uma nova roupagem, quer no que se refere aos fados clássicos, quer na concepção e composição de arranjos novos.
Todo este estudo culminou também na excelência da composição de temas originais, dos quais se podem salientar, “Nostalgia”, “Tarde de Serenata”, “Almedina”, “Contraste”, “A Cidade”, “Malhossa Nova” e “Mata de Lobos”.
A composição destes temas demonstra assim uma grande maturidade guitarrística e um enorme avanço a nível de sonoridade, nomeadamente no que diz respeito a aspectos harmónicos, onde se nota uma aproximação a outros géneros musicais.
Por último, além de tudo o que acima está dito, o que mais me espanta no Jójó, é a sua vontade, o seu querer e a tenacidade no estudo, no ensino e na divulgação da guitarra portuguesa, sendo para mim um privilégio poder acompanhá-lo à viola e surpreender-me constantemente com os avanços no som que ele retira daquele instrumento de difícil execução e que é tão nosso.

* Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra. Advogado na Póvoa de Varzim. Executante de viola de acompanhamento.

Pensamentos “didácticos” !

Por Horácio *

Desde pequeno sempre fui adverso às escolas ou, melhor dizendo, à aprendizagem académica, sobretudo das Artes, porque tinha uma certa aptidão para essas coisas (e eram, por excelência, as áreas onde a liberdade de opções estéticas tinham de ser inapelávelmente nossas), pensava eu…, e assim optava com muito mais facilidade por um caminho autodidata pelas disciplinas de que gostava... Só muito mais tarde percebi que a falta de sistematização de alguns processos torna o nosso crescimento cultural mais lento e sobretudo desequilibrado nas bases... (não querendo dizer eu que em alguns pontos de vista não tenha as suas vantagens). O que é certo é que, não havendo um método de estudo, o nosso desenvolvimento cultural e intelectual é muito mais complicado e daí, muitas vezes, pouco produtivo.
Geralmente, mesmo que o autodidatismo seja uma questão e imposição pessoais, devemos ter o discernimento que um método não tem de ser uma "coisa" redutora das nossas opções mas simplesmente ter a humildade de aceitar a experiência dos outros. Esta pode ser encontrada nas palavras do Professor, da Companheira de Sala de Aula ou nesta coisa maravilhosa que é o Livro.
Os livros, académicos ou não, são a exposição pública do conhecimento e tendo um objectivo didata podemos entendê-los como a sua sistematização.
A sistematização do conhecimento também ajuda à democratização da cultura... Pessoas como o Paulo (entre amigos Jójó), dotadas de capacidades extraordinárias e latentes, activas, têm o "dever" humano de expôr e partilhar, por isso, o seu conhecimento. Há os que o não fazem, mas, se essa atitude é consciente, quem a toma não passa de um "cobarde" e, eventualmente sem o saber, constrange o seu próprio crescimento cultural pois travando-se o dos outros trava-se, por retorno, por consequência, o nosso.
É com imensa gratidão e alegria que vejo mais um Génio tornar-se também um verdadeiro Mestre. Obrigado.

* Ilustrador e Designer gráfico. (Responsável pelo grafismo da presente obra). Músico, por paixão, há cerca de 20 anos. Executante de viola dedilhada (novas direcções). Tem publicado, com regularidade, artigos em revistas da especialidade sobre os cordofones em geral, com especial incidência sobre os instrumentos portugueses.

A guitarra ao alcance de todas as unhas

Por Luís Alcoforado *

“Estou sempre disponível para aprender, mas nem sempre gosto que me ensinem”.
Esta frase, atribuída a W. Churchill, sintetiza com rara felicidade e brilhantismo, algumas das conclusões que a comunidade científica ligada à educação tem aceite quando se caracterizam os estilos de aprendizagem de adultos e jovens adultos. Desta frase, e também dos princípios que percorrem transversalmente as mais recentes teorias sobre as aprendizagens humanas, ficam-nos duas ideias centrais, que me permito aqui enunciar: existe na natureza humana uma necessidade de actualização permanente, que se manifesta na disponibilidade e motivação para aprender ao longo de toda a vida, assim como existe uma capacidade e tendência natural para os indivíduos poderem dirigir as suas aquisições de conhecimentos e competências.
No entanto, não devemos confundir esta capacidade de dirigir os próprios percursos de aprendizagem, com situações de auto-didactismo, onde se aprende casualmente, de forma não estruturada e sem mestre. Significará muito mais, ter motivação para dirigir conscientemente os próprios interesses, através de caminhos orientados para objectivos realistas e previamente definidos, assim como significará, também, saber escolher um quadro teórico de referência que sirva coerentemente esses objectivos e poder recorrer a ajudas facilitadoras dessas aquisições.
Vem tudo isto a propósito deste Método de Guitarra Portuguesa. Durante o longo tempo que tenho dedicado à Canção de Coimbra, muitas pessoas se me têm dirigido, manifestando um profundo lamento por não terem condições de aprender guitarra, nomeadamente porque, não podendo frequentar aulas de uma forma assídua, também não dispõem de suportes didácticos que lhes orientem a aprendizagem. Ora este método vem exactamente constituir-se como um primeiro contributo para um quadro teórico de referência, facilitador da aprendizagem da guitarra. Com uma organização didáctica e pedagógica suficientemente cuidada, este método vai concerteza aproveitar muitos desses interesses, dando-lhes a consistência e a direcção necessárias.
Convém também referir que a Guitarra Portuguesa, mormente a sua versão coimbrã, necessitava e reclamava trabalhos tendentes a colocá-la ao alcance de todas as unhas. Por mérito próprio, a que não será estranha a sua adequação particular à música que se tem feito em Portugal, a nossa guitarra transformou-se numa referência cultural absolutamente incontornável. Ora, defender o nosso património cultural implica que criemos condições para que um maior número de pessoas se identifique com ele, transformando-o em manifestações vivas e mutáveis. Poderemos levá-lo assim, através do estudo e do desenvolvimento técnico e artístico, a um estatuto de reconhecimento mundial ainda maior e de interesse ainda mais generalizado.
Por fim, é minha convicção que neste momento, este trabalho só podia ser empreendido pelo Jójó, executante ao nível do melhor que Coimbra já conheceu, testemunho que posso basear no reconhecimento centenas de vezes multiplicado ao longo do caminho que juntos já percorremos. Ele alia igualmente a essa condição uma sólida formação e profundos conhecimentos a nível musical, e características pessoais como pedagogo e mestre da guitarra. A confluência destas competências num guitarrista de Coimbra não é de todo vulgar, pelo que me regozijo de não se ter perdido mais esta oportunidade.
Em resumo, está de parabéns a grande família da Canção de Coimbra e, como membro desta família, o meu obrigado ao autor pelo trabalho que põe à nossa disposição.

* Licenciado em Ciências da Educação pela Universidade de Coimbra. Cantor de Fado de Coimbra.

quinta-feira, maio 19, 2005


Capa do CD "António Jesus - O Canto...a Guitarra...e os Amigos", AEMINIUM Records, saído em 2002.
Cantam neste CD, António Jesus, Augusto Camacho, Felisberto Queirós, Ferreira Mendes, José Miranda, Luiz Goes, Manuel Malaguerra, Mário Gomes Pais e Sutil Roque. Nos instrumentos encontram-se Carlos Jesus, António Jesus, Alexandre Cortesão, Paulo Larguesa, Bernardino Gonçalves, Alcides Freixo, Aníbal Moreira, Fernando Plácido, Manuel Malaguerra, Ferreira Mendes e Luís Filipe Roxo.
Este disco mostra as qualidades vocais de António Jesus, até agora desconhecidas para mim, pois pensava que era apenas executante de Guitarra de Coimbra. Foi uma surpresa agradável ouvir a sua voz. Vê-se que sabe escolher os temas que melhor se lhe adaptam. Faz-me lembrar, por vezes, o saudoso António Bernardino com quem tive a felicidade de correr mundo, em quinze anos de estreita colaboração.
O disco inclui inéditos muito interessantes.
Carlos Jesus mostra boas qualidades técnicas, coadjuvado por Paulo Larguesa, um bom executante de viola, com os restantes elementos a fazerem o papel que lhes foi solicitado.
Os cantores já consagrados, continuam a dizer que velhos são os trapos e que a vida só acaba mesmo com a morte. Parabéns a eles! Posted by Hello

Biografia de António Jesus
(Extraída do caderno do CD "António Jesus - O Canto...a Guitarra...e os Amigos")

António Luís Costa de Jesus nasceu na baixa de Coimbra; Actualmente é Chefe Regional de Informação Médica e, também, estudante de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
Desde os primeiros anos do Liceu Normal de D. João III, e por influência de sua mãe, excelente intérprete de Fados de Coimbra, se sentiu atraído pela canção Coimbrã. Dotado duma voz timbrada, segura e genuinamente coimbrã, depressa se integrou como cantor em diversos grupos de fados de Coimbra dos quais faziam parte: Álvaro Aroso, António Mingocho, Luís Cerqueira, Rui Mata Martins, José Orlando, Jaime Ribeiro, Mário Pais, Raúl Dinis, Carlos Manuel Jesus (seu irmão), excelente tocador de baladas, Heitor Lopes, entre outros, realizando por todo o país inúmeras serenatas tradicionais de Coimbra, tendo ainda cantado com o famoso guitarrista “António Portugal”, de quem se torna amigo pessoal. Contudo, e por influência do seu então amigo e professor de guitarra portuguesa, Jorge Gomes, inicia o estudo da guitarra de Coimbra na escola do “Chiado”, onde foi aluno durante 4 anos. A seguir torna-se aluno durante 2 anos de Paulo Soares (Jojó), de modo a melhorar a técnica de execução da guitarra de Coimbra, e ao mes,mo tempo é integrado como 2º guitarra no grupo “Octogonos Musicais”, constituído por Eduardo Craveiro – guitarra, Joaquim Santos e Carlos Ferreirinha – violas; de seguida funda o grupo “Saudade Coimbrã”, com Alcides Freixo – guitarra, joaquim Santos e José Freitas – violas, tendo como cantores: Joaquim Afonso, Florentino Silva, Mário Rovira, Augusto Alfaiate, António Rodrigues, entre outros. Então começa a frequentar a Tertúlia da casa do Prof. Doutor Pinho Brojo, com o qual vê, ouve e melhora a interpretação, a sensibilidade e a musicalidade da guitarra de Coimbra saída das mãos dos mestres A. Brojo e A. Portugal, tornando-se seu fiel seguidor. Fundou o Quarteto de Guitarras de Coimbra “AEMINIUM”, conjuntamente com seu filho e guitarrista Carlos Jesus, e com os violas Alcides Freixo e Paulo Larguesa, grupo privativo do restaurante “TROVADOR” – Sé Velha – Coimbra, para a realização de dois trabalhos discográficos dum “Velho” cantor de Coimbra MÁRIO GOMES PAIS, denominados “COIMBRA P’RA SER COIMBRA” e “COIMBRA É UMA SAUDADE”. Actualmente pertence à Associação Cultural “Guitarras de Coimbra” do qual é fundador e 1º guitarra, conjuntamente com Alcides Freixo e Alexandre Cortesão – guitarras, Dr. Fernando Plácido, Dr. Aníbal Moreira e Dr. Bernardino Gonçalves – violas, e com os cantores Dr. José Miranda e Dr. José Neves, tendo produzido o trabalho discográfico intitulado “Coimbra d’ontem e Coimbra d’hoje”, editado em Dezembro de 2001. Ultimamente tem acompanhado em algumas serenatas os maiores cantores de sempre de Coimbra, tais como: Augusto Camacho, Luiz Goes, Sutil Roque, Fernando Rolim, Felisberto Queirós, Vitor Silva, Pedro Rolim, entre outros, encontrando-se de momento a participar num CD de homenagem a Brojo e Portugal, a editar este ano de 2002, pela EMI-Valentim de Carvalho, e nos quais acompanha os cantores acima referidos, bem como Janita Salomé, Tito Costa Santos, Paulo Saraiva, Prof. José Henrique Dias e Mário Gomes Pais. Prepara-se para realizar novos trabalhos discográficos com grandes cantores de Coimbra, através da recuperação de antigos temas e de inéditos, a publicar brevemente, dando assim continuidade à canção de Coimbra, através do canto e da execução da guitarra portuguesa.”


Foto do CD "António Jesus - O Canto...A Guitarra...e os Amigos". Posted by Hello


Foto do CD "António Jesus - O Canto...A Guitarra...e os Amigos". Posted by Hello


Foto do CD "António Jesus - O Canto...A Guitarra...e os Amigos". Posted by Hello


Capa do CD "António de Almeida Santos - Coimbra no Outono da Voz", uma edição Profissom, saído em 2004(?). Canta Almeida Santos, acompanhado por Durval Moreirinhas, Teotónio Xavier, Carlos Couceiro, Alexandre Bateiras, Rodrigues Rocha, Samuel, José Niza e Paco Bandeira. Almeida Santos mostra aqui a sua faceta de intérprete do "Fado de Coimbra", com a sua voz melodiosa, suave, aveludada, com uma dicção espantosa, a mostrar que o Inverno da Voz ainda está longe. Os acompanhantes estão perfeitamente à altura: mostram uma grande maturidade no domínio instrumental. Teotónio Xavier tem aqui uma perfeita interpretação do "Ré menor" de Almeida Santos, com belíssima sonoridade e boa interpretação. Registam-se ainda, neste disco, alguns inéditos interessantes.
Vou transcrever o que Almeida Santos escreveu na capa do CD:
"Dir-se-á, com razão, que já tenho idade, e até estatuto, para ter juízo. E que gravar com a sanfona já rouca do meu ténue fio de voz, um CD de canções de Coimbra, é prova provada de que só tenho a idade. O juízo não!
Confesso esse pecado! Mas não resisti à sedução que ele exerce sobre mim.
É claro que o gravei só para poder oferecê-lo aos que me são queridos. Não à procura de notoriedade, que aliás não estaria nunca ao meu alcance.
Melhor dizendo: para poder deixá-lo aos que, mais tarde, possam sentir gosto em recordar-me - os filhos, os netos, os amigos. A voz é a recordação mais fielmente transmissível. Ela poderá ser ouvida, sem limite de tempo, com a mesma sonoridade com que foi gravada. Nessa medida é a mais fiel ilusão de uma presença. Tudo o mais se esfuma: as recordações gastam-se, as saudades morrem, e os escritos, mesmo quando fieis ao pensamento que os animou, não devolvem a quem os lê - e serão cada vez mais raros - a sombra sequer de uma presença.
Não assim a voz. Essa, na fidelidade do seu registo, traz de novo o cantador.
Acresce que eu gravei a expressão musical de uma faceta que é comum a muitos dos meus amigos: a ligação afectiva a Coimbra e à sua canção. E embora sem a esperança de que esse sentimento seja partilhado por quem não cabe em tão romântica moldura, assumo a coragem dessa sinceríssima paixão, sem receio de que me chamem lírico, antes orgulhoso desse já pouco comum defeito. É bom que alguém resista à vaga de materialismo acéfalo que parece querer dirigir o mundo.
É uma voz outonal a que registo, já sem a sonoridade de outrora. Mas é a que me sobra. Já não tenho outra. E cada um vai às cantigas com as cordas vocais que tem. Registo também umas variações em ré menor, para guitarra, que compus nos meus recuados tempos de aprendiz de guitarrista. Disso não passei. Interpreta-a fielmente o Teotónio Xavier, que os meus dedos já não têm a agilidade que tinham. Completo assim o registo da modesta vocação musical de quem nunca soube uma nota de música.
Ninguém, no meu tempo, tocava ou cantava por música a canção de Coimbra. Nem o grande Artur Paredes, que já tarde conheci, e episodicamente acompanhei em encontros de amigos. Devo uma palavra de agradecimento aos instrumentistas que me dedicaram horas de confraternização e provas de amizade que não mais esqueço. E um pedido de compreensão aos poetas e compositores que em vão tentei interpretar como eles mereciam: aos ainda vivos e à memória dos que já se foram.
Uma última homenagem: a essa Coimbra, a cidade que mais amo, onde brotou, e corre mansamente, como as águas do seu rio, a seiva poética e lírica - mas revolucionária quando foi preciso - que inspira a mais bela canção portuguesa.
Tentei meter neste "envelope" um pouco de mim mesmo. Endereço: o dos meus familiares e amigos."
Vosso: António de Almeida Santos

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quarta-feira, maio 18, 2005


Capa do DVD "O Barbeiro de Sevilha" de G. Rossini, saído em 2005 e edição da Public-Art. Gravação ao vivo de um espectáculo realizado no Páteo das Escolas da Universidade de Coimbra, no ano de 2004. Teve a especial colaboração do Coro dos Antigos Orfeonistas, com a Orquestra do Norte, dirigida por José Ferreira Lobo, encenação de Carlos Avilez e direcção do Coro a cargo de Virgílio Caseiro e de Armando Vidal.
António Requixa, actual Presidente do Coro, escreveu na contra capa do DVD:
"Fieis ao repeito pela História e Tradição que bebemos, enquanto estudantes, no Glorioso Orfeon Académico de Coimbra, entendemos, volvidos mais 20 anos a cantar, dever abraçar novos horizontes e, em estreita ligação à nossa Universidade, sermos motor e mensageiros de uma nova era, aliando cultura, arte e filantropia.
Assim nasceu em Julho de 2003, no cenário ímpar do Páteo das Escolas, o memorável concerto "Tributo a Carreras" ... e um ano depois a ópera "O Barbeiro de Sevilha". Tudo acautelámos para a gravação deste DVD: que esta obra vos proporcione momentos gratificantes de relaxamento, prazer e diversão!"
No caderno junto com o DVD, escreveu o Reitor, Fernando Seabra Santos:
"Em todas as comunidades humanas, a qualidade de vida passa pela resolução de um conjunto de questões de natureza material e imaterial, pela concretização de um conjunto de necessidades que garantam o equilíbrio do corpo e do espírito. O acesso à participação em eventos de natureza cultural são, seguramente, dos mais importantes.
A Universidade de Coimbra tem chamado a si uma parte da responsabilidade pela dinamização da vida social, científica, recreativa e cultural da nossa cidade, assumindo-se como organizador, co-organizador, dinamizador ou patrocinador das mais variadas iniciativas e actividades.
É sempre motivo de prazer acolher grandes produções culturais em Coimbra.
E é também já um pouco tradição recorrer ao magnífico património histórico e monumental da Universidade para valorizar estes eventos. Como o "Barbeiro de Sevilha" a reitoria da Universidade de Coimbra volta a abrir à cidade o Páteo das Escolas, Coimbra reconcilia-se com o seu Palácio, usando-o para os fins a que ele se destina há quase quinhentos anos: o de trazer a cultura às pessoas e as pessoas à cultura.
Uma ópera é sempre um espectáculo grandioso. Representada ao ar livre, com uma coreografia única proporcionada pela Via Latina e preparada expressamente para ela, será certamenta mais uma ocasião memorável de convívio, de aprendizagem e de fruição cultural individual e colectiva.
Desfrutemos deste momento." Posted by Hello


Foto extraída do caderno do DVD "O Barbeiro de Sevilha" de G. Rossini. Na foto, o elenco da ópera. Posted by Hello


Foto extraída do caderno do DVD "O Barbeiro de Sevilha" de G. Rossini. Na foto, Ana Luísa Assunção, Francisco Brito e Paulo Veiga. Posted by Hello


Foto extraída do caderno do DVD "O Barbeiro de Sevilha" de G. Rossini. Na foto, um grupo de Antigos Orfeonistas.  Posted by Hello

terça-feira, maio 17, 2005


Partitura de "Variações em Ré menor" (1) de Almeida Santos. Posted by Hello

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Partitura de "Variações em Ré menor" (2) de Almeida Santos. Posted by Hello

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Partitura de "Variações em Ré menor" (3) de Almeida Santos. Esta linda peça foi gravada em 1958 por Jorge Godinho, no LP "Quinteto de Coimbra", acompanhado por António Portugal, Manuel Pepe e Levi Batista. Em 1994, foi novamente gravada, agora por António Portugal, no CD "Variações Inacabadas" com António Brojo, Luís Filipe e Humberto Matias. Em 2004? foi gravada novamente por Teotónio Xavier, no CD "Coimbra no Outono da Voz", com Almeida Santos a cantar. Posted by Hello

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Antigos Orfeonistas na África do Sul em 1989. Octávio Sérgio à guitarra, Mário de Castro à viola e a cantar Raúl Diniz. Posted by Hello


Antigos Orfeonistas na África do Sul em 1989. Octávio Sérgio, Mário de Castro e José Miguel Baptista. Posted by Hello


Antigos Orfeonistas na África do Sul em 1989, com o maestro Francisco Faria. Posted by Hello


Antigos Orfeonistas na África do Sul em 1989. José Miguel Baptista, Octávio Sérgio, Barros Ferreira, José Mesquita e António Crespos. Posted by Hello


Antigos Orfeonistas na África do Sul em 1989 Posted by Hello


Sonata para Guitarra Inglesa (1) Posted by Hello

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Sonata para Guitarra Inglesa (2) Posted by Hello

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Sonata para Guitarra Inglesa (3) Posted by Hello

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Sonata para Guitarra Inglesa (4)
Versão melódica da Sonata para Guitarra Inglesa, em compasso 2/2 e tom de Fá maior, da autoria de B. G., cujas maiúsculas não conseguimos decifrar, transladada a partir da respectiva solfa manuscrita.
Recolha de António M. Nunes. Posted by Hello

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segunda-feira, maio 16, 2005


5ª Semana Serrana, em 1993. Na Serra da Estrela também se gosta de "Fado de Coimbra". Cantam Armando Marta e António Bernardino; à guitarra, Octávio Sérgio e à viola Durval Moreirinhas. Posted by Hello

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