terça-feira, dezembro 27, 2005

Retrato de Família
Por António M. Nunes
JARDIM
João Gonçalves JARDIM, médico, executante de Guitarra de Coimbra, cantor e compositor amador. Filho de João Gonçalves Jardim e de Alice Martins da Silva, nasceu na cidade do Funchal a 28 de Junho de 1906. Concluídos os estudos secundários no Liceu do Funchal, JGJ rumou a Coimbra em 1933. Ingressou na Faculdade de Medicina da UC onde se veio a licenciar em 1941. Foi membro da TAUC e seu presidente. Consta dos ficheiros de sócios da TAUC com o nº 147, tendo feito a sua inscrição em 1935. Pertenceu ao Fado Académico de Coimbra (FAC) e ao núcleo da fundação do TEUC (1938). JGJ possuía conhecimentos musicais, tendo aprendido desde criança piano, violino e “guitarra” (??). No Fado Académico ministrou iniciação de cantores. Enquanto estudante e membro do FAC, JGJ realizou incontáveis serenatas na antiga Alta de Coimbra e abrilhantou actos de variedades da TAUC um pouco por todo o país.
Regressou ao Funchal em Junho de 1941, cidade onde casou e desenvolveu intensa actividade como médico no Hospital da Santa Casa da Misericórdia, Director dos Serviços Nocturnos da Cruz Vermelha, Presidente do Patronato de Nossa Senhora das Dores, Presidente do Ateneu Comercial do Funchal e presidente da assembleia do Marítimo.
Com a saúde progressivamente debilitada, faleceu na sua cidade natal aos 54 anos, corria o dia 17 de Junho de 1960.
JGJ protagonizou em Coimbra um tipo de desempenho próximo daquele que conhecemos em Manuel Duarte Branquinho e Serrano Baptista (cantor e guitarrista). As suas obras mais conhecidas são “Estrelinha do Norte” (gravações Gomes Alves e Alfredo Correia) e “Fado da Despedida do 5º Ano Médico de 1938” (gravações Barros Madeira e Camacho Vieira). Terá gravado em New York um disco com dois instrumentais, respectivamente “Bailinho dos Vilões” e “Variações em Ré Menor”, compostos em 1948 para a estreia da Emissora local.
Fontes: Luiz Peter Clode, “Registo Bio-Bibliográfico de Madeirenses. Sécs. XIX-XX”, Funchal, Edição da Caixa Económica do Funchal, pág. 266; António José Soares, “Saudades de Coimbra. 1934-1949”, Coimbra, Almedina, 1985; José Alberto Rabaça, “João Gonçalves Jardim” (http://www.cidadevirtual.pt/fadocoimbra/jardim.html); ficheiros de antigos sócios da TAUC (gentileza de Adamo Caetano); testemunho oral da Dra. Mariberta Carvalhal relativo aos ensaios do TEUC em 1938.

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